A ex-senadora Selma Arruda (Podemos), que perdeu o mandato ontem, após decisão da mesa diretora do Senado, voltou a atribuir a sua cassação por prática de Caixa 2 e abuso de poder econômico a “intenções obscuras” e disse que não teve direito “aos princípios do contraditório e ampla defesa”. Por meio de nota, enviada à imprensa e divulgada para seus eleitores nas redes sociais, ela se disse “tranquila” em relação à decisão. “A juíza Selma recebeu a notícia sobre a decisão da Mesa Diretora com respeito e tranquilidade, certa de que sempre pautou sua trajetória com retidão dos seus atos como magistrada e parlamentar. Selma acredita que vontades políticas com evidentes intenções obscuras prevaleceram no seu julgamento, o que fere a soberania do sufrágio popular e a obediência aos princípios do contraditório e ampla defesa”, divulgou.
Selma ainda teria 6 anos de mandato. Ela exerceu 2 na primeira experiência como integrante do parlamento. Foi a senadora mais votada em Mato Grosso, em 2018. Além da nota, Selma Arruda postou imagens de reportagens favoráveis de sites que a elogiam e uma entrevista a rádio que ainda se referia a ela como senadora. Disse, ainda na nota, que “a partir de agora, irá se dedicar à advocacia e lutar para que outros cidadãos não tenham seus direitos cerceados como ocorreu no seu caso”.
Conforme Só Noticiais informou, a mesa diretora do Senado Federal decidiu ontem, por 5 votos a 1, pela cassação do mandato de Selma Arruda. Com isso, ela deixa o parlamento. Como seus dois suplentes haviam tido diplomas eleitorais também cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral e o Tribunal Superior Eleitoral, o Senado vai cumprir a liminar do ministro Dias Toffoli, do STF, para que o 3º colocado na eleição, Carlos Fávaro, assuma como senador até ser realizada nova eleição. A tendência é que assuma esta semana.
“A posse deverá ser feita remotamente, após a apresentação do diploma, a ser emitido pelo Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso, procedimento que será feito após a publicação do Diário Oficial, segundo a secretaria-Geral da mesa”, informa a Agência Senado. A eleição para senador estava marcada para domingo (dia 26), mas foi adiada mês passado por conta da pandemia do Covid-19 para evitar aglomerações e nova data será anunciada pelo TSE.