O governador Mauro Mendes (DEM) não poderá contar com o apoio da senadora Selma Arruda (PSL), adversária nas eleições passadas, para incluir os Estados e municípios no texto da redação da Reforma da Previdência que será discutida pelo Senado no segundo semestre. Em Cuiabá, a ex-magistrada reforçou o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) e se declarou contrária à proposta defendida pelo governador.
“Acho que não deve incluir Estados e municípios. Cada um, de acordo com sua realidade, de acordo com suas características, com as características de seu funcionalismo, deve regular internamente sua própria reforma”, declarou a senadora.
Selma admitiu que há negociações nos bastidores do Senado para incluir os estados e municípios no texto da reforma que já foi aprovada em primeiro turno na Câmara Federal, mas não soube dizer qual é a tendência para alteração do texto. “Vamos ver como vai ser a vontade da maioria dos senadores”, disse.
O governador Mauro Mendes é defensor ferrenho da inclusão dos estados e municípios na reforma da previdência e tem defendido a posição nos encontros com governadores e com Bolsonaro. Ele quer evitar desgaste na Assembleia ao ter que mexer nas regras de aposentadoria dos servidores estaduais.
Mauro Mendes evitou entrar em confronto direto com Selma Arruda e, apesar da posição contrária, disse que respeita o posicionamento, mas reafirmou a necessidade de ampliar a reforma.
Há poucos dias o governo do Estado enviou, para análise da Assembleia, projeto de lei criando teto e previdência complementar para servidores de Mato Grosso. Com a nova regra, o segurado escolhe a alíquota que contribuirá sobre o valor do salário que exceder o teto, e o órgão empregador depositará como aporte a mesma alíquota, até o limite de 7,5%. Apesar da regra se aplicar aos novos servidores, aqueles que já ingressaram no serviço público podem se interessar pelos benefícios do novo regime, aderindo de forma opcional.