A juíza Selma Arruda (PSL), candidata a senadora pelo PSL, anunciou, há pouco, em entrevista coletiva, rompimento com a coligação do PSDB. Ela criticou o candidato a senador, Nilson Leitão, por ter ficado com o que classificou de “migalhas” no horário eleitoral que começou hoje, na TV e rádio – ela ficou com 7 segundos. “Bastou oficializar a aliança com o PSDB para demonstrar que não havia reciprocidade ética. Sofri todo tipo de boicote do candidato Nilson Leitão”, criticou. Ela garantiu que sua decisão de romper com o PSDB é pessoal e não do PSL, seu partido e do presidenciável Jair Bolsonaro. “Vou tocar a campanha de forma independente com pessoas que estão acompanhando meu projeto. Por lealdade aos meus princípios, a Bolsonaro e ao povo”.
“Há 15 dias tomei o conhecimento, e foi confirmado agora, de que o PSDB iria me alijar do tempo de propaganda, me dando apenas migalhas, sob a alegação esdrúxula de que não queriam dar espaço para o Bolsonaro”, atacou.
Ela também mencionou, na entrevista, as delações feitas pelo ex-secretário de Educação Perminio Pinto sobre os esquemas de corrupção envolvendo empreiteiras para pagar dívidas de campanha e caixa 2 e do empresário Alan Malouf, também delator. “Não tenho condição e disposição de permanecer no mesmo palanque. Vou tocar a campanha de forma independente, com pessoas que estão acompanhando meu projeto”, criticou a juíza aposentada.
Desde que a coligação do PSDB com PSL foi firmada, o relacionamento político entre Selma, Taques e Leitão foi marcado por altos e baixo. Em um dos episódios que causou desconforto, foi quando declarou que o eleitor poderia votar só nela e não em Taques. Depois, recuou. Nos bastidores, também havia muitos rumores de intrigas.
Outro lado
“Selma inventou factóides, pois concluiu que seria melhor ela se distanciar de palanque de partidos tradicionais para tentar diminuir o desgaste e fortalecer o discurso radical sintonizado com o presidenciável Bolsonaro. Precisava, então, encontrar uma justificativa para o tiro não sair pela culatra e usou a discordância sobre rateio do tempo de TV para fazer o estardalhaço”, disse o presidente do PSDB, Paulo Borges, em nota.
De acordo com ele, Selma passou a exigir espaço igualitário, mesmo o seu partido não somando nem um segundo para a coligação, enquanto o PSDB, de Nilson Leitão, somava 42 segundos, do total de 1m39s, o que no entendimento da coligação, não era justo fazer a repartição de maneira igualitária.
“Sempre que teve a oportunidade, a Selma traía politicamente todos os companheiros, pois com uma política sorrateira, somente queria o tempo de TV, mas não queria estar ao lado de todos que eram companheiros dela”, afirmou.
Paulo Borges também disse que ela se mostrou oportunista ao dizer que a suposta delação de Alan e Permínio no STF, divulgada pela Folha de São Paulo eram motivos para o rompimento.
“A juíza desse caso era ela, e ela já deu várias entrevistas dizendo que nunca encontrou fatos que incriminassem o governador e o Nilson. Pelo visto, enquanto lhe convinha eles eram inocentes, quando não lhe convém, são culpados, assim coloca em dúvida todo o período em que a Selma era juíza”, revelou.
Paulo Borges também classificou como piada a insinuação de Selma de que a candidatura do Procurador Mauro teria sido uma articulação de Nilson Leitão.
“Ela deveria ter medido a dose das mentiras, o Nilson nem conhece o Procurador e não teria interesse nenhum em colocar no pleito um candidato que já aparece na frente das pesquisas inclusive dele, é para rir mesmo”, finalizou.
(Atualizada às 20:01h)