Cerca de 6,5 mil vagas, das 10 mil oferecidas no concurso público do Estado, devem ser preenchidas já nos próximos 40 dias, após a divulgação do resultado geral. Porém, o número ainda não suprirá a demanda em todas as áreas do serviço público estadual. O secretário de Estado de Administração, Geraldo de Vitto, destacou que no setor de saúde e segurança, o quadro de servidores continuará defasado. "Na área de saúde não foram oferecidas vagas neste concurso, porque ainda estávamos no aguardo de algumas definições do Sistema Único de Saúde (SUS) e será preciso novas contratações".
Já na área de segurança pública, foram ofertadas mais de 1,3 mil vagas, a maioria, 1 mil, para policiais militares. O restante foi para delegado (60), escrivão (140) e investigador da Polícia Civil (60), perito criminal (60) e bombeiro (60). Para estes cargos, as convocações serão somente em 2011.
O secretário argumentou que ainda será preciso a execução das próximas fases de classificação, como as provas físicas, e não haverá tempo hábil de convocá-los antes do período eleitoral. "Só vamos terminar este processo de classificação no final do ano, então as convocações ficarão para 2011".
Porém, o número ainda é pequeno para atender todas as necessidades dos municípios. Em algumas delegacias, por exemplo, ainda não há delegados responsáveis e os cargos são acumulados.
Provas: "Tranquilidade". Esta foi a palavra usada pelo governador Blairo Maggi para resumir o encerramento das provas, neste domingo. Foram três fases: em janeiro para os cargos de nível fundamental; em fevereiro para nível médio e, no domingo, para nível superior.
Dos 273 mil inscritos, 63 mil não compareceram e o índice de faltosos ficou em 22.9%, o que foi considerado baixo pelo comitê organizador, se comparado a outros concursos já realizados no Estado.
O resultado satisfatório também foi comprovado com o reduzido número de ocorrências registradas nos três dias de provas. A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública divulgou que foram 11 registros, entre eles de desobediência e desacato, apresentação de documento falso e porte de material proibido.
O promotor Miguel Slhessarenko enfatizou que o Ministério Público não recebeu denúncias de irregularidade nas três fases. "Apenas acompanhamos algumas reclamações quanto a falta de vagas e em relação aos locais para pessoas com alguma deficiência, mas todas resolvidas antes das provas".
A organização também foi elogiada por candidatos. O advogado Lucas Trindade, 29, que concorria a uma vaga para delegado, elencou vários pontos que considerou positivo. "O nível da prova estava muito bom, servindo de exemplo para outros concursos, além da excelente organização com a presença de três fiscais em cada sala e os trabalhos no trânsito, sendo muito diferente de 2009".
Thayane Hughes, 21, que disputa uma vaga para perito criminal, também disse que percebeu muitas diferenças em relação a 2009, quando as provas foram suspensas por indícios de fraudes e também falta de infraestrutura para recebe os 273 mil inscritos. "Os fiscais estavam bem informados, diferente do ano passado, quando foram muito mal treinados".
Investigação – O promotor Miguel Slhessarenko confirmou que o Ministério Público de Cáceres continua acompanhando o caso em que três professoras da Universidade do Estado do Mato Grosso (Unemat) foram denunciadas pelo crime de violação de sigilo funcional. A suspeita é de que elas tenham vazado informações referentes às provas.