Com a situação crítica no sistema municipal de saúde, o secretário municipal de Saúde, Werley Peres, está tentando contornar a situação dentro da Câmara de Cuiabá na tentativa de evitar a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Ele foi sabatinado, na sessão hoje, quando prestou esclarecimento sobre várias falhas que têm precarizado a saúde da rede municipal, principalmente no que se refere à compra de medicamentos. “Não aceitamos mais a justificativa de que tudo é burocracia”, questionou duramente a vereadora Lueci Ramos (PSDB) da base do prefeito Mauro Mendes (PSB).
Durante toda manhã, o secretário respondeu a vários questionamentos dos vereadores, inclusive sobre atrasos nos repasses. Em meio às justificativas, o secretário apresentou um balanço quadrimestral, mostrando a atuação do sistema de saúde nos quatro meses em que está na pasta. “Tivemos perdas de médicos em policlínicas e Unidades Pronto Atendimento (UPAs) o que aumentam as filas de espera e, consequentemente a insatisfação popular”, justificou Peres.
O secretário afirmou que apesar da pressão para uma CPI, não teme porque tem atuado de forma transparente por meio de compras com licitações para a aquisição de medicamentos, avaliações contratuais, bem como a submissão de todos os processos aos órgãos de controle como Tribunal de Contas do Estado (TCE). “Já no início da gestão solicitei uma auditoria para saber como estávamos e qual seria a melhor solução”, frisou, citando que já apontou como uma das soluções, a ampliação da rede de atenção básica de saúde para desafogar as UPAs e Policlínicas.
Mesmo prestando esclarecimentos, os vereadores da oposição, através do vereador e presidente da Comissão da Saúde da Câmara, Ricardo Saad (PSDB), concordam que a situação na saúde piorou depois que o ex-secretário Kamil Fares (PDT) deixou a Pasta.
A decisão pela CPI foi anunciada na última sessão ordinária, na quinta-feira (15), quando Saad afirmou que já conta com seis vereadores que o apoiam para a abertura da CPI. Conforme o Regimento Interno, são necessárias nove assinaturas para a abertura da comissão. A justificativa de Saad é de que a situação chegou a um ponto crítico, sendo necessária uma investigação para apurar e saber qual o problema.
Apesar de contar com o apoio de alguns parlamentares da base, eles ainda adotam a cautela sobre o assunto, entendendo a necessidade das audiências públicas para os esclarecimentos.
A sessão de interrogações deve prosseguir ainda na próxima sexta-feira (23), quando Werley Peres continuará a prestar ainda mais esclarecimentos. “Se for necessário passar por CPI estamos prontos a colaborar”, concluiu.