O secretário municipal de Saúde de Alta Floresta, Robson Valadão, encaminhou nota ao Só Notícias, sobre as irregularidades encontradas pela Vigilância Sanitária no Hospital Municipal de Alta Floresta, ensejando ação do Ministério Público. O secretário explica que muitas acusações estão sendo contestadas pela procuradoria jurídica do município.
Eis a íntegra da nota:
“1º – As irregularidades propagadas não estão fora da média nacional dos hospitais públicos e privados brasileiros;
2º – As acusações de que o Hospital está um caos, e outros excessos, estão sendo contestadas com propriedade pela Procuradoria do município, com anexação de depoimentos do Presidente da Associação Médica de Alta Floresta e região, e de outros médicos, além de relatórios substanciosos do Hospital, que apontam como atendimento no ano de 2.005: 1.473 cirurgias de pequeno, médio e grande portes; 18.794 consultas de emergência; 4.194 consultas especializadas; 3.721 consultas em observação com medicamentos; 656 partos / cesarianas, 3.490 internamentos, 133.749 procedimentos de pronto socorro, 28.787 exames complementares, com o número de 189 óbitos, proporcionalmente muito abaixo da média nacional; um Hospital com essa resolução não pode estar um caos…;
3º – As irregularidades apontadas – que não são somente de agora, mas acumuladas ao longo do tempo, já houveram sido levadas para a população e autoridades, no “ I Fórum pela Estadualização do Hospital Municipal de Alta Floresta”, em 24 de março do corrente ano, quando se mostrou que o município de Alta Floresta tem sido sacrificado financeiramente para a manutenção de um Hospital municipal de referência para todo um território do Estado – o extremo norte de MT, mais o sul do Pará e Amazonas, funcionando como regional, na tentativa de se sensibilizar o Governo para que o Estado assuma o mesmo, sob pena de, em 4 ou 5 anos, assistirmos a sua falência; hoje, a administração municipal, sem a presença incisiva do Estado, com muito sacrifício mantém o Hospital com um bom padrão de funcionamento, entretanto, à medida que as irregularidades forem aumentando, e o Estado continuar se omitindo, a instituição perderá lentamente a sua função na saúde pública da região;
4º – Entendemos que a ação do MP chega em boa hora, e faz parte de um processo proposto para a estadualização: de início, o Fórum convidou o Estado para participar de maneira mais resolutiva na manutenção do HM; com a ação, o Estado está sendo obrigado a discutir o assunto e buscar alternativas junto ao município de Alta Floresta;
5º – Consideramos que o Fórum foi o primeiro e mais importante passo para que o HM de Alta Floresta passe para a tutela do Estado; a ação do MP foi o segundo. Outros virão, num processo lento, mas que haverá de render bons frutos.
6º – A Ata em anexo mostra muito bem, sem ufanismo e maquiagem, o resumo da situação do Hospital, bem como o momento histórico por que passa a saúde pública de Alta Floresta e região; contamos com a sua apreciação e divulgação, sempre no sentido de nos ajudar na conscientização das autoridades competentes sobre o assunto”.