O secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, negou que o pedido do governo de Mato Grosso feito, ontem, na Justiça Eleitoral para suspender a eleição suplementar ao Senado marcada para o dia 26 de abril seja para favorecer algum político, em especial o ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD), terceiro colocado nas eleições de 2018, aliado do governador Mauro Mendes (DEM) e que tem decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), não cumprida, para assumir a cadeira da senadora cassada Selma Arruda (Podemos).
Carvalho reforçou os argumentos apresentados na petição de 31 páginas elaborada pela Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e disse que o objetivo do pedido é gerar “economicidade” aos cofres do governo estadual e evitar gastos com segurança e manutenção dos locais de votação.
“Nossa decisão é pelo Estado de Mato Grosso e pela população que aqui vive. Não é por político A, B ou C. Estamos aqui para deixar claro que a decisão [de suspensão] não é nossa, é do TSE. Nós apenas entramos com o pedido para a postergação da eleição suplementar. Para nós, cada centavo conta. Se essa eleição de abril acontecer, vamos ter que desembolsar com diária do policial e do pessoal que trabalha no dia”, argumentou.
Conforme Só Notícias já informou, o documento elaborado pela PGE foi entregue no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e ontem mesmo o órgão estadual o encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília.
Entre os argumentos apresentados na petição, está o alto custo para organização da votação, estimado em aproximadamente R$ 8 milhões, mas que devem ser cobrado de Selma Arruda após o fechamento da contabilidade. Mendes entende que o melhor seria realizar a eleição em outubro, junto com a escolha de prefeitos e vereadores.
O governador também abandonou a tese vitoriosa que utilizou para solicitar no Supremo Tribunal Federal (STF) que o terceiro colocado, Carlos Fávaro, assumisse o cargo até a realização da votação suplementar. Antes Mauro Mendes acreditava que o Estado ficaria sem representatividade. Agora, diante do impasse sobre a retirada de Selma da cadeira, acredita que é possível esperar.
“Até o momento, nenhuma das decisões emanadas pelo poder Judiciário foram cumpridas, uma vez que a Senadora remanesce no exercício de suas funções sem data prevista para deixa-los”, diz trecho da petição em que se refere à representatividade de Mato Grosso no Senado.
Além das questões políticas, a petição cita um possível surto de coronavírus no Brasil para tentar impedir que a votação seja realizada. Além da aglomeração de pessoas, o governador cita o contato com a urna eletrônica e troca de documentos como possíveis propagadores do vírus.
“Por estas razões acima expostas, de ordem legal, econômica e de saúde pública, requer-se a suspensão administrativa das eleições, agendada para o dia 26 de abril de 2020”, conclui Mauro Mendes.