Deputados estaduais ouviram hoje o secretário adjunto Executivo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Alex Sandro Marega, sobre as ações tomadas pelo governo do estado para combater os incêndios florestais que atingem o estado de Mato Grosso. Até ontem, segundo Marega, haviam sido registrados 49 incêndios ativos em todo o Estado.
Na reunião que aconteceu na sala do Colégio de Líderes, Alex Marega esclareceu aos deputados que focos de calor não representam eventom de incêndios. Segundo ele, um incêndio pode gerar milhares de foco de calor. “Em Mato Grosso não há essa grande quantidade de incêndios, como já ocorreu em 2019. O estado conseguiu se antecipar, principalmente, no Pantanal Mato-grossenses, onde há poucos eventos de incêndios grandes”, explicou Marega.
Em todo o Estado, Marega informou que há 49 incêndios ativos. “No Pantanal existem seis focos de incêndios. O mais importante é que Mato Grosso está conseguindo combater os incêndios. Há uma integração muito enfática entre os governos federal e estadual. Por isso, a resposta ao combate aos incêndios é rápida”, afirmou.
De acordo com Marega, existe uma base do Exército brasileiro que está no Pantanal e que trabalha em conjunto com a Sema. “Assim que inicia um incêndio no Pantanal conseguimos atuar e combater. Hoje, há mais de 500 homens atuando no combate aos incêndios. Para isso, existem mais de 100 viaturas (caminhões pipas) aptas para as ações”, disse o secretário adjunto.
Para ampliar o combate aos incêndios, Marega disse que o governo do estado solicitou recursos financeiros no montante de R$ 15 milhões, mas o governo federal aprovou a liberação de apenas R$ 8 milhões. “O Governo de Mato Grosso está em negociação para vir mais recursos. Até o início das chuvas, no final de outubro, temos que manter em prontidão para dar respostas positivas no combate aos incêndios”, afirmou o secretário.
Para combater os incêndios florestais, desde o início do período da seca, o governo estadual, segundo Marega, investiu R$ 76 milhões para a execução do Plano de Ação de Combate ao Desmatamento Ilegal e aos Incêndios Florestais. Além disso, contratou 150 brigadistas temporários para o Corpo de Bombeiros Militar, capacitou 1.294 brigadistas para reforçar o efetivo e fez a contratação de quatro aviões agrícolas para o trabalho de combate direto às chamas, entre outras ações.
Já o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros. Rafael Ribeiro Marcondes, afirmou aos deputados que o cenário climático é atípico a outros períodos. Segundo ele, a de 2024 diverge a de anos anteriores. “Aos parlamentares foi apresentado onde estão sendo executadas as principais operações e para onde estão sendo distribuídos os recursos financeiros e ainda o que o estado fez na fase de preparação. Nesse interim, buscamos disponibilizar recursos financeiros, porque sabíamos que seria um ano bem complexo no combate aos incêndios”, disse Marcondes.
Marcondes informou aos parlamentares que existem, atualmente, cerca de 30 incêndios de grandes proporções. “Existe um questionamento quando se fala em foco de calor. Isso é um parâmetro usado na divulgação. Mas um incêndio, combatido durante o dia, vai gerar ao longo do dia vários focos de incêndio. Por isso o parâmetro para traçar um panorama não seja a quantidade de focos, mas sim a quantidade de incêndios que está evoluindo em todo o Estado”, explicou o tenente-coronel.
O militar explicou que existem hoje em operação cerca de 1170 bombeiros que estão à disposição ao combate de incêndios florestais. “Esse trabalho é feito em regime de revezamento. São seis meses de operação. Existe uma escala e a cada dia há cerca de 450 a 500 militares bombeiros atuando. Mas somam aos bombeiros, os brigadistas estaduais e municipais que totalizam 700 pessoas trabalhando diariamente no combate aos incêndios”, disse Marcondes.
Marcondes reforçou que a quantidade de focos de calor não traduz em quantidade de incêndios. Segundo ele, os incêndios tanto na Chapada dos Guimarães quanto no Pantanal Mato-grossense estão controlados. Ele afirmou que quase 30% dos incêndios estão ocorrendo em terras indígenas. “A terra indígena é área federal, por isso é importante que o governo federal encaminhe instrumento de respostas para ajudar no combate aos incêndios”, explicou Marcondes.