O secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, disse hoje que o governo de Mato Grosso pretende convocar, ainda em 2022, os aprovados do concurso realizado em fevereiro para as polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec). A homologação final do certame está suspensa para apuração das denúncias de possíveis fraudes.
“Segue normal o concurso, se Deus quiser, dentro das perspectivas que estão sendo feitas pelo Estado. Eu acredito muito na capacidade da Polícia Civil em dar uma solução para todas essas denúncias. A gente está trabalhando muito para que o Estado de Mato Grosso tenha oportunidade de colocar os profissionais aprovados para trabalhar este ano. Depende da homologação e possibilidade de nomeação. Dentro do planejamento que está sendo feito, eles vão para as academias este ano ainda”, disse Bustamante.
Na ocasião da abertura do concurso, o governador Mauro Mendes (DEM) revelou que a intenção do governo é convocar cerca de 1.200 aprovados em 2022. Bustamante, por outro lado, evitou “cravar” um número de convocados, mas ressaltou que todas as instituições da segurança pública precisam de novos profissionais. “Eu não quero divulgar nenhum número, pois estou na esperança de o governador aumentar. Se aumentar, para mim é melhor”, afirmou.
No final de fevereiro, conforme Só Notícias já informou, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Repressão de Crimes Informáticos (DRCI) com apoio da Diretoria de Inteligência, apurou que não houve vazamento da prova do concurso, como apontava um vídeo que circulou em redes sociais e na internet. O relatório investigativo foi produzido com base em apontamentos realizados pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e encaminhado ao Ministério Público Estadual.
O trabalho de apuração também está sendo conduzido, no âmbito do MP, por três promotorias de Justiça em Cuiabá que atuam nas áreas do patrimônio público, cidadania e segurança pública. Somente a Ouvidoria do Ministério Público recebeu mais de 100 denúncias sobre supostas fraudes na organização do certame. Quatro pessoas foram presas, em Cáceres, por fraudes ao fazer as provas. Um candidato teria contratado uma pessoa para fazer a prova em seu lugar, a equipe da Polícia Civil chegou a um dos locais e constatou que a pessoa que estava fazendo a prova não era a inscrita no concurso. Outros dois envolvidos foram presos e liberados.
O concurso público foi realizado em diversas cidades para oficiais e soldados policiais militares, soldados do Corpo de Bombeiros, escrivão e investigadores da Polícia Civil, perito criminal, legista e odontolegista na Politec.