O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, disse, hoje, que o Estado poderá ajudar a minimizar a crise na Santa Casa, em Cuiabá, que deixou de atender pacientes devido a grave crise financeira e, sem mencionar, nomes, criticou. a prefeitura ao mencionar que o governo federal espera um plano emergencial para também auxiliar. “Infelizmente, não recebi qualquer informação oficial que pudesse subsidiar a elaboração deste plano – inclusive, nesta audiência, foram ventilados muitos valores referentes à mesma dívida. Mesmo não sendo essa uma atribuição estadual, visto que o município de Cuiabá opera em gestão plena de Saúde, o Estado está disposto a ajudar”, disse Figueiredo, ao participar de audiência pública da Assembleia Legislativa, que tratou sobre questões relativas à Santa Casa de Cuiabá.
Figueiredo destacou que atual gestão se esforça para manter um diálogo contínuo com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. De acordo com Figueiredo, em reunião realizada há 10 dias no Ministério da Saúde, ficou acordado que o Governo Federal repassaria recursos somente mediante um novo plano de gestão para a instituição de saúde. “Ao final da conversa com o ministro, foram solicitados dois planejamentos estratégicos. O primeiro, um plano que englobe o tratamento do passivo financeiro da Santa Casa; o segundo, um plano perene que estipule uma dinâmica de recomeço dos atendimentos prestados pela instituição”, explicou o gestor ao enfatizar que, até o momento, os dados requisitados à administração da Santa Casa não foram formalmente entregues à secretaria estadual de Saúde.
Sobre o plano, o diretor presidente da Santa Casa, Carlos Coutinho afiançou que já foram tomadas as primeiras providências, que dois profissionais, sendo um especialista em administração e outro em crise, foram contratados. Mesmo questionado, Coutinho não revelou os nomes dos profissionais, nem quanto vai custar o projeto e sobre prazo disse que “no menor tempo possível”.
A dívida da Santa Casa atualmente giraria em torno dos R$ 100 milhões.
Desde que suspendeu atendimentos, no início do mês, a prefeitura remanejou mais de 600 pacientes para diversos hospitais em Cuiabá e tem cobrado do governo repasse financeiro para ajudar a resolver os problemas da unidade.
O deputado Ludio Cabral (PT), que solicitou a audiência pública, defendeu uma intervenção com uma equipe que faça a gestão da crise e um planejamento para uma reabertura o mais breve possível da unidade. Ainda, vai sugerir ao presidente da Assembleia Legislativa que chame o governo e a prefeitura para discutirem a possibilidade de uma ajuda adicional emergencial à Santa Casa. O hospital é filantrópico oferta 30 leitos de UTIs (10 adultos, 10 infantil e 10 neo-natal), além de dez centros cirúrgicos; foi responsável por 70 mil procedimentos e 7 mil cirurgias só no ano de 2017, no entanto, está com seis meses de atraso salarial e de portas fechadas.
Na última grande crise, em agosto de 2018, para evitar o fechamento da unidade, foi feita uma pactuação entre Estado e Município. De acordo o com o secretário de saúde do Estado, naquela ocasião eram necessários R$ 7 milhões emergencialmente e houve um aporte de R$ 6 milhões, sendo R$ 3 milhões do Estado e R$ 3 do município, e o adiantaram outros R$ 468 mil, chegando perto dos R$ 7 milhões, evitando o fechamento do hospital. Antes disso, em 2017 uma crise levou a repactuação de dívidas em 120 parcelas, o que leva a Santa Casa a pagar, atualmente, R$ 1 milhão mensais em parcela, informa a assessoria.