O secretário de Saúde de Mato Grosso, Marcos Machado, voltou a admitir, neste final de semana, em Sinop, que pode deixar o cargo. Em entrevista exclusiva ao Só Notícias, Machado -que também é promotor de Justiça- revelou o quanto é difícil combater aos opositores ao sistema e aos oportunistas que vivem de interesses econômicos contrários ao interesse público. “É muito difícil combater essas pessoas e eu só consigo permanecer com esta coragem por iluminação divina. Tenho orado muito e buscado força em Deus para que possa estar vencendo estes desafios”, disse o secretário.
Machado evitou mencionar nomes de mafiosos mas enfrentou com coragem irregularidades. Há poucos dias, por exemplo, a Polícia Civil concluiu inquérito sobre cartel de medicamentos, identificado na gestão de Machado, e que estava envolvido em compra irregular de remédios por parte da Secretaria de Estado de Saúde. A fraude foi no valor de R$ 2,2milhões. O inquérito começou em 2003 e, há poucos dias, 12 pessoas foram presas entre donos de distribuidoras de medicamentos e Afrânio Mota, advogado e ex-presidente da comissão de licitação da Secretaria de Saúde.
O secretário Marcos Machado chegou, mês passado, a entregar o cargo ao governador Blairo Maggi que não aceitou e , publicamente, elogiou a conduta dele no comando da pasta.
“De minha parte acho que cumpri minha parte. A secretaria de Saúde me traz muito conforto, alegria e realização. Mas, por outro lado, muita privação da família. Minha missão é ser útil e deixei isso bem claro ao governador que definirá o tempo que deva permanecer no cargo. Daqui pra frente é a vontade de Deus e do desejo do governador”, afirmou.
Caso deixe a secretaria, Marcos Machado reassumirá suas funções no Ministério Público. No sábado, ele esteve em Sinop, inaugurando a ala de oncologia e recebeu título de Cidadão Honorário de Sinop.