O secretário estadual de Meio Ambiente, Alexander Maia, defende as investigações da Polícia Federal acerca de supostas irregularidades na emissão de licenças ambientais apontadas pela operação Jurupari, mas contesta alguns números apresentados, que, segundo ele, são equivocados.
Alegando que não defende o antecessor Luis Henrique Daldegan, que chegou a ser preso pela PF durante a operação Jurupari, Maia pondera, no entanto, que não se pode esquecer as ações executadas pela gestão anterior, e confronta alguns dados. “O delegado da PF disse que apenas 45% da mata de Mato Grosso não foi desmatada, mas dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 60% do nosso território está preservado”, argumenta, numa referência ao delegado federal Franco Perazzoni, responsável pelas investigações.
De acordo com o secretário, de 2004 a 2009 houve redução de 89% do índice de desmatamento no Estado e afirma que o governo do Estado investiu R$ 60 milhões na área ambiental no ano passado, o correspondente a R$ 45 milhões a mais que em 2005.
A operação Jurupari, na avaliação do secretário, é importante para levantar as falhas existentes, porém, diz acreditar que não se pode generalizar os fatos, lembrando que “um funcionário e o ex-secretário adjunto da Sema, Afrânio Migliari, apenas responderam questionamentos acerca de informações sobre a liberação de licenças ambientais” e adiantou que não vê problema no caso. Ele observa ainda que a operação mudou o ânimo dos servidores do órgão, que demonstram maior interesse em relação ao trabalho.
Mesmo com a prisão de pessoas ligadas a políticos, Maia nega haver interferência de autoridades políticas nos planos de manejo florestal. Mas, diz que se os trâmites não foram devidamente cumpridos serão descobertos pela perícia que já está sendo feita pela Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado (Politec). O relatório final da perícia tem 60 dias para ser concluído.
Além disso, já foi instaurado na Sema um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar o suposto envolvimento de servidores no esquema. “Só que não podemos fazer com que as pessoas sejam condenadas antes da devida averiguação dos fatos”. A comissão é composta por representantes do Ibama e da UFMT.