Geraldo De Vitto Junior acaba de pedir demissão do cargo de secretário estadual de Administração devido às denúncias de superfaturamento na compra de 408 caminhões pelo governo estadual, do programa MT 100% Equipado, que custaram cerca de 16% a mais que o valor atual de mercado. “Ele conversou com o governador Silval Barbosa e entregou carta de exoneração”, confirmou uma fonte de Só Notícias. A reunião com o governador durou cerca de uma hora. O que conversaram não foi revelado.
De Vitto saiu alegando inocência e que recebeu pronto, da Secretaria de Infra-estrutura, o processo licitatório e defendendo que a “transparência” no governo tem que continuar. “Foi uma decisão pessoal, conversada com muitos e tenho certeza de que nada de ilegal será apurado”, afirmou, pouco depois da reunião com o governador.
A exoneração de Geraldo era esperada desde a sexta-feira à tarde quando Vilceu Marchetti pediu demissão da Secretaria de Infra-estrutura – pasta que elaborou a licitação para compra dos caminhões e maquinários-. Inicialmente, conforme Só Notícias já informou, ele resistiu e pretendia ficar na Administração, alegando que é inocente e que não cometeu qualquer irregularidade. Mas acabou perdendo apoio político do próprio ex-governador Blairo Maggi, que havia lhe nomeado para o cargo ainda no primeiro mandato, em 2003. Nos bastidores, havia rumores que Silval também queria De Vitto fora do governo para dar total transparência para as investigações.
As investigações das denúncias de superfaturamento, que podem chegar a R$ 36 milhões, serão coordenadas pelo secretário de Segurança, Diogenes Curado (delegado licenciado da Polícia Federal). Ele foi desginado, ontem, por Silval para coordenar os trabalhos investigativos que serão conduzidos por 3 delegados.
O Ministério Público suspeita que as empresas aumentaram os preços dos caminhões para suposto pagamento de propina para integrantes do governo.
(Atualizada às 17:31h)
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