Mato Grosso e outros estados brasileiros deverão enfrentar um aumento de casos de síndromes respiratórias agudas graves, causadas pela covid-19, a Influenza (gripe) ou mesmo outros vírus e bactérias. A avaliação é do secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, que aponta um reflexo das festas de final de ano.
“O que está acontecendo hoje é nada mais do que a evidência daquilo que já foi difundido no Brasil e no mundo. Isso ocorre em todos os estados. Acredito que, nos próximos dias, devemos pela lógica da situação, ter um incremento. Porque ainda estamos há quatro dias do réveillon. Com os sistemas de saúde voltando a funcionar é muito provável que vamos ter um crescimento de casos”, disse Gilberto, à rádio CBN de Cuiabá.
“Estamos, neste momento, tratando das síndromes respiratórias agudas graves. São vírus respiratórios, cuja mobilidade é realizada pelas pessoas. Quanto mais nos movemos e aglomeramos, damos um potencial substantivo à proliferação dos vírus. Os eventos de final de ano praticamente criam um ambiente bastante salutar para que isso aconteça. Não há como ser diferente. Isso é uma matemática simples, já explicamos inúmeras vezes”, complementou o secretário.
Segundo Gilberto, um fator agravante no caso das síndromes respiratórias é que, como os sintomas são semelhantes, muitas vezes as doenças se confundem. Ele também apontou que se houver aumento substancial de casos, o número de óbitos e há preocupação com a capacidade de atendimento por parte do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Os sintomas da covid são similares aos da Influenza. Neste momento, são tratados de forma igual. Os leitos são para as duas doenças porque ambas podem se agravar e causar óbito. A tendência é que quanto maior o número de casos, maior o número de pacientes que demandam hospitalização e o número de óbitos. Já tivemos fase de não ter nenhum óbito por covid por dia, ou mesmo apenas um. E ontem registramos cinco”.
“É importante que a população entenda que existe um limite de atendimento no SUS. Se ultrapassar a capacidade, haverá um colapso. Então, é importante que a população redobre os cuidados em relação a isso. Não deixando de usar máscara. Evitando circulação em ambientes fechados e aglomerações. Tudo aquilo que já dissemos”, concluiu o secretário.
Conforme Só Notícias já informou, nesta quarta-feira foram confirmadas mais duas mortes por Covid, em Mato Grosso. Na terça-feira, foram cinco vítimas. Já de sexta-feira até segunda-feira, 8 morreram em decorrência da doença. Com as confirmações, o total em Mato Grosso subiu para 14.071, desde de março de 2020.
Já em Cuiabá, a secretaria municipal de Saúde confirmou o primeiro óbito de paciente residente por Influenza H3N2. A mulher tinha 68 anos, estava internada em hospital privado, que notificou a Vigilância Epidemiológica no dia 20 do mês passado que a paciente tinha Síndrome Respiratória Aguda Grave. O óbito ocorreu em 30 de dezembro, mas a confirmação de que se tratava do vírus H3N2 aconteceu apenas nesta quarta-feira, após o recebimento do laudo do exame feito no Laboratório Central do Estado.