O empresário Darci Vedoin, apontado como um dos principais operadores da "máfia dos Sanguessugas", foi absolvido em mais um processo. É o segundo julgamento que ele enfrenta e é inocentado. Dessa vez, a Justiça Federal do Rio Grande do Sul afirmou não existirem provas suficientes para incriminar o empresário que é pai de Luiz Antônio Trevisan Vedoin. Ambos respondem a dezenas de ações pelo país inteiro por suposto envolvimento com venda de ambulâncias com preço superfaturado.
A juíza Paula Beck Bohn, da 2ª Vara Federal do Rio Grande do Sul, absolveu Darci Vedoin alegando que não ficou comprovado que ele praticou qualquer ato ilegal. "(…) Não existem no processo documentos atestando a participação direta no que toca ao pagamento de comissão ao deputado Érico Ribeiro, o que é obstáculo para a aplicação ao requerido, com fundamento nos fatos objeto desta ação de improbidade das sanções correspondentes à improbidade administrativa previstas na (lei) 8.429/92", diz trecho da decisão na qual a juíza também entendeu que não houve dano moral coletivo, ou seja, à sociedade, como alegam o Ministério Público Federal (MPF) e a Advocacia da União.
Essa e a segunda ação de improbidade julgada contra a família Vedoin e a segunda em que Darci saiu ileso. Na primeira, a juíza federal Iracema Longhi Machado, de Bagé (RS), arquivou o processo contra os dois empresários que respondem a mais de 200 ações.
Responsável pela defesa de Darci e Luiz Antônio, o advogado Valber Melo preferiu não comentar a decisão. A máfia dos sanguessugas levou só o MPF de Mato Grosso a denunciar 285 pessoas por vários crimes, principalmente formação de quadrilha e fraude à licitação. Segundo o Ministério Público, o esquema consistia em três fases. A primeira era a confecção de emendas parlamentares para compra de ambulâncias. A segunda etapa correspondia à execução orçamentária. A terceira fase correspondia à liberação do dinheiro que era distribuído em forma de propina a parlamentares, empresários e servidores públicos.