Os 11 representantes de Mato Grosso no Congresso Nacional, oito deputados federais e três senadores, se reúnem hoje, a partir das 9h, na Câmara Federal, para definir o nome do novo coordenador da bancada federal. A disputa está polarizada entre os deputados Ságuas Moraes (PT) e Ezequiel Fonseca (PP), sendo o progressista defendido pelo grupo aliado ao governador Pedro Taques (PDT). A crise política que assola o Palácio do Planalto em razão do escândalo de corrupção na Petrobras coloca outros nomes no rol de escolha, como os senadores republicanos Blairo Maggi e Wellington Fagundes, ambos PR.
A coordenação de bancada tradicionalmente é função ocupada por integrante de partido da base de sustentação do governo federal. Teoricamente, essa proximidade com os corredores do governo federal pode facilitar articulações, entendimentos em favor dos interesses do Estado por meio de uma interlocução mais precisa. Nessa função, o representante da bancada deve interagir junto ao Congresso, abrindo caminhos para pleitos, ou ainda, para aprovação de matérias em benefício do Estado, municípios, e que podem ter amplitude nacional, neste caso referente a um projeto de lei, por exemplo.
Os nomes de Blairo Maggi e de Fagundes passam a ser defendidos pelo deputado Valtenir Pereira (PROS), em razão do estreito relacionamento mantido pelos republicanos com a presidente Dilma Rousseff (PT). “Temos que avaliar essa situação com cautela, porque o país atravessa uma crise. Por isso é importante, na minha opinião, que a coordenação de bancada seja ocupada por um senador e acredito poder ser o Blairo ou o Wellington”, ponderou.
Fagundes coordenou a campanha à reeleição de Dilma durante o segundo turno, no Estado. Sua atuação foi considerada positiva junto à equipe da presidente, assegurando ao republicano destaque e prestígio junto ao governo federal. Mesmo assim, ele resiste a disponibilizar seu nome, sendo também o coordenador da bancada do Centro-Oeste. Em conversa informal com Ságuas Moraes, nessa semana, o republicano teria externado dificuldades para ocupar o posto de coordenador da bancada federal, pelo acúmulo de atividades parlamentares. Ele já respondeu pelo cargo em anos anteriores, no decorrer de seis mandatos consecutivos na Câmara Federal.
Ságuas acredita que pode colaborar com o grupo de parlamentares. Contabilizaria pontos por pertencer ao PT, tendo facilidade para realizar tratativas que envolvam o Congresso e o governo federal. Ele tem ciência das dificuldades que poderá enfrentar, caso seja o escolhido, podendo se transformar numa espécie de vitrine para críticas contundentes da oposição.
Nesse ritmo, Ságuas confia na possibilidade de representar com eficiência e equilíbrio a função, objetivando a união de forças na busca de avanços para o desenvolvimento de Mato Grosso. “Eu entendo que o grupo que elegeu o governador Pedro Taques queira assumir essa função. Mas acredito estar preparado para essa ação. Outro parlamentar poderá assumir a coordenação no próximo ano”, disse Ságuas Moraes ao se referir a Ezequiel Fonseca.