Não é de hoje que a falta de cuidado com as vias públicas em Tangará da Serra incomoda o tangaraense. Prova disso foi o protesto feito no Jardim Europa, no final do ano passado, quando moradores do local interromperam uma das vias devido à situação em que as ruas do bairro se encontravam. A prefeitura fez obras paliativas, operações tapa-buracos em ruas do Europa e da cidade, mas nada adiantou. Muitas ruas daquele bairro continuam esburacadas e nas avenidas que passaram pela operação tapa-buracos, os buracos ressurgiram com as chuvas. Outro bairro que sofre com os buracos, o barro e terrenos baldios cheios de mato é o Parque das Mansões. Área considerada nobre na cidade, há muito tempo que o local carece de atenção neste ponto, tanto que um morador revoltado com a situação resolveu chamar a atenção do poder público colocando uma placa num dos muitos buracos com os dizeres "kadê o prefeito" (sic).
Com a chegada do período chuvoso, a situação tem piorado, principalmente, nos bairros mais distantes que estão realmente esquecidos pelo poder público. O Jardim dos Ipês é um bom exemplo disso. Criado há cerca de 10 anos, com promessas de que seria um loteamento totalmente urbanizado, o Ipês sofre com barro e violência. Com as chuvas extensas do 1º dia do ano, muitas de suas ruas ficaram praticamente intrafegáveis. Numas, atoleiros, noutras o barro fazia com que os carros escorregassem, num verdadeiro rally de ´irregularidade´. Enquanto isso, crianças faziam das poças de lama seu playground, alheias aos riscos de doenças que corriam. A avenida das Amoreiras, que dá acesso ao bairro, tem buracos e barro e nunca foi asfaltada, embora passem centenas de pessoas por ali diariamente.
O Alto da Boa Vista é outro bairro, mais antigo ainda que o Ipês, que custa a receber qualquer benefício do poder público, mesmo depois da implantação do CDP e a criação do Distrito Industrial nas suas proximidades. O asfalto da via que dá acesso ao bairro demorou mais de uma década para ser feito.
Bairros mais novos também têm problemas parecidos e a população é castigada com a distância e as dificuldades de acesso à área central de Tangará. No Residencial Bela Vista e no Morada do Sol, o ônibus urbano passa apenas duas vezes por dia e a coleta de lixo é feita duas vezes por semana. No Bela Vista, ainda, os moradores têm que percorrer cerca de 2 Km a pé para chegar ao asfalto. O barro e o mato também tomam conta do bairro. A pavimentação feita com ´pó de pedra´ já está em péssimas condições e formam-se crateras. A situação do Morada do Sol é um pouco melhor.
Tanto no Jardim dos Ipês, como no Morada do Sol, Bela Vista, Alto da Boa Vista, San Diego (cuja situação está muito parecida com a dos Ipês), avenidas centrais, bairros antigos, centrais ou afastados, nobres ou populares, a situação da infraestrutura das vias é caótica. Quando o poder público toma alguma providência, esta é paliativa e não soluciona os reais problemas dos bairros tangaraenses que há muito sofrem com buracos, barro e falta de zelo.