O ex-governador Rogério Salles está com a candidatura a prefeito de Rondonópolis mantida. A decisão foi confirmada em uma reunião do diretório municipal do PSDB, partido de Salles. “Não vamos retirar a candidatura e essa decisão é apoiada por todos os filiados que foram à reunião”, disse o presidente municipal do partido, Luis Carlos da Silva. Problema que o prefeito de Cuiabá e presidente do Diretório Regional do PSDB, Wilson Santos, terá que enfrentar se quiser manter o acordo que fechou com o PMDB visando as eleições de outubro e também a de 2010.
Luís Carlos sustentou que a posição do PSDB de Rondonópolis é mesmo pela candidatura de Salles, mesmo com o acordo em Cuiabá, onde o PMDB liderado pelo deputado federal Carlos Bezerra decidiu apoiar o prefeito da Capital, o tucano Wilson Santos, em troca do apoio em Rondonópolis. A retirada da candidatura de Salles para que o partido apóie o deputado estadual José Carlos do Pátio é considerado ponto fundamental do entendimento “costurado” por Bezerra.
“Isso não quer dizer que temos que seguir aqui. O próprio Wilson deu autonomia para o nosso diretório tomar as decisões” – afirmou Luis Carlos. Em outras palavras, Santos pode ter colocado tudo a perder pela incitação aos aliados. Algo do tipo, peixe morre pela boca.
O dirigente do PSDB de Rondonópolis, conforme informa a imprensa do Sul de Mato Grosso, inda reclamou da postura do deputado Carlos Bezerra em negociar com Santos o apoio do PSDB local. Pelo entendimento, o PSDB ficaria com a vice e Rondonópolis e o PMDB com a vice em Cuiabá. Na capital, o PMDB ainda ganharia dois anos de mandato a prefeito e postos-chaves na administração municipal, inclusive, a partir de agora. No dia 27, os peemedebistas indicariam um nome para a direção da Companhia de Saneamento da Capital (Sanecap). Na eventual próxima gestão de Santos, o PMDB ainda teria duas secretaria e teria o apoio tucano para eleger de novo o presidente da Câmara.
Além de viabilizar uma aliança em Rondonópolis e ganhar espaço em Cuiabá, tucanos e emedebistas ainda discutiriam alianças em vários outros municípios de Mato Grosso. Uma comissão com dois representantes de cada partido ficou responsável por realizar um levantamento nos municípios para avaliar as condições de acordo entre PMDB e PSDB. Contudo, as questões de ordem paroquial parecem “afastar” as siglas. Rondonópolis é um problema; Sinop é outro.
O PSDB, conforme decisão relatada por Luís Carlos, vai continuar a conversar com os partidos de oposição, no caso o PPS, PSL, DEM e até mesmo o PMDB. “Não temos nada contra a candidatura do Zé do Pátio, é um grande líder, mas acho que a escolha do candidato desse grupo deve se levar em conta outros fatores, afinal nas últimas três eleições os líderes das pesquisas não foram os vencedores” – ele frisou.
No sábado, os líderes do PSDB local conversaram com Bezerra e Zé do Pátio em uma reunião que contou com a presença de Wilson Santos também. Salles, na oportunidade, disse que antes de tomar qualquer decisão iria conversar com os membros locais do partido. “Neste momento sou candidato a prefeito ou mais nada. Não quero ser vice. É uma experiência que já tive duas vezes” – afirmou no sábado.