Rondonópolis deixa de participar do Consórcio Regional de Saúde. A decisão foi anunciada pelo secretário de Saúde do Município, Valdecir Feltrin, que protocolou o pedido de retirada ontem. Ele classifica a relação com o órgão tão ruim quanto a que é mantida com a secretaria de Saúde do Estado. Feltrin reclama principalmente da política adotada que dá privilégio a alguns municípios, no atendimento oferecido. Mas, observa que a cidade pode voltar a integrar o grupo daqui alguns meses. O que depende de mudanças que devem ocorrer no Estado nesse período.
Além das dificuldades com o consórcio, o secretário aponta outro entrave para o sistema de saúde pública na cidade, gerado pela atitude do Governo do Estado de deixar de atender alguns serviços. Ele cita o exemplo da pediatria e traumatismo de face e ortopedia que o Hospital Regional suspendeu e o Pronto Atendimento Municipal teve que criar condições para garantir o atendimento à população.
Apesar da redução do serviço de saúde pública do Estado no município, Feltrin aposta na reestruturação do sistema a partir do segundo trimestre de 2010 e a melhoria do atendimento para a comunidade em geral.
Feltrin avalia que o consórcio é um apêndice da Secretaria de Saúde do Estado e atualmente, atende um determinado segmento político. Na opinião do secretário, Rondonópolis que é o município referência e repassava cerca de 40% dos recursos do consórcio, deveria ter uma participação maior nas definições das ações do órgão.
Feltrin e o prefeito José Carlos do Pátio reconhecem o consórcio como uma ideia boa. Eles acreditam que o consórcio agiliza o sistema de saúde e permite arranjos de gestão. A expectativa é que a cidade possa voltar a integrar o consórcio, a partir das mudanças que podem ocorrer no Estado, a partir de abril. “O consórcio é uma ideia boa que é defendida inclusive pelo Ministério da Saúde. Quando pudermos ter uma participação justa dentro do consórcio, deveremos restabelecer o bom relacionamento com o órgão, e facilmente poderemos voltar”, assegura Feltrin.
O secretário Valdecir Feltrin explica que Rondonópolis vai deixar o consórcio, mas mantém o apoio aos pequenos municípios vizinhos. A proposta é ampliar a oferta e fazer a pactuação com as cidades vizinhas para disponibilizar os serviços que o consórcio não garante. “Reafirmo que vamos continuar sendo referência e o pequeno vai ser atendido por Rondonópolis normalmente”, afirma.
Ele assegura também que vai repor rapidamente os serviços que o consórcio vai deixar de oferecer no município. O secretário espera que os integrantes do sistema regional de saúde reconheçam a participação do município que é referência para os menores e presta assistência nos diversos níveis de atenção especial, dentro do pacto com o Estado pelas responsabilidades na área de Saúde Pública. “Esperamos voltar ao consórcio dentro de alguns meses. Nesse momento não é interessante a nossa permanência”, conclui.