O diretório municipal do PT mandou documento para a direção estadual se posicionando de forma contrária à realização das prévias no partido, em razão da senadora Serys Marly e o deputado Carlos Abicalil estarem em uma disputa interna para ser candidato do PT ao Senado nas eleições de outubro. “Entende este diretório que vivemos um momento singular, em que a unidade do partido é um bem maior que deve ser preservada; objetivando a conquista de objetivos prioritários; destacando-se entre eles a vitória de Dilma em Mato Grosso, a ampliação de nossa representação federal, com a manutenção da cadeira no Senado e a conquista de duas cadeiras na Câmara Federal. “Embora a prévia seja um instrumento democrático usado em nossa prática política, há de se admitir não ser aconselhável o seu uso nas atuais circunstâncias”, diz o documento, obtido por A Tribuna MT.
Fora isso, o mesmo documento ainda sugere a manutenção da candidatura da senadora Serys e de Abicalil à Câmara Federal. “Dessa forma, o diretório do PT de Rondonópolis sugere que esse órgão regional envide esforços no sentido de promover o entendimento entre os dois postulantes à vaga do Senado, evitando a realização das prévias. Na impossibilidade desse acordo, defendemos a não realização das prévias, com a manutenção das candidaturas de Serys ao Senado e Carlos Abicalil à Câmara Federal”.
A decisão de fazer o documento foi tomada em uma reunião do diretório municipal do PT. O vice-presidente local do partido, Francisco Xavier Araújo, disse que com esse documento o PT local estaria propenso em apoiar o projeto de Serys ao Senado. Já o presidente da legenda no município, Mauro Campos, avalia que a carta não tem o poder de influenciar na questão. “Quem poderia decidir isso é comando nacional”.
Campos faz parte do grupo de pessoas que apoia Abicalil. Ele reclamou do vazamento do teor do documento. “O pessoal está atropelando todo o processo, tentando ganhar a mídia. E essa carta não tem qualquer poder de decisão. Quem decide é o nacional”, reiterou. Por outro lado, Mauro Campos reconheceu que a decisão de produzir o documento foi resultado de uma votação interna do partido, onde 15 pessoas votaram a favor e 11 contra.