O procurador geral do município, Efraim Alves dos Santos, disse que as invasões de áreas públicas não partiram e nem foram autorizadas pelo prefeito Zé Carlos do Pátio (PMDB). Na primeira invasão ocorrida no Parque São Jorge, na noite de quinta-feira (1°), 50 famílias invadiram uma área pública reservada à construção de espaços de cultura e lazer para a comunidade e, uma segunda área pertencente a OAB, que já se pronunciou que vai ajuizar uma ação de despejo e reintegração de posse na Justiça Federal.
Ontem, pela manhã, um novo grupo também de 50 famílias, invadiu uma área pública de aproximadamente 2 hectares, localizada nos fundos do Loteamento Farias, ao lado do linhão da Eletronorte, que segundo os próprios moradores, estaria destinada à construção de escolas e áreas de cultura e lazer para a comunidade. No fechamento desta edição, mais duas ocupações estavam em curso, desta feita no Distrito Industrial e no Residencial Carlos Bezerra.
O coordenador do grupo que ocupou o terreno no Loteamento Farias, Isaac de Moraes Sobrinho, repetiu os argumentos utilizados pelo coordenador da primeira invasão, afirmando que querem uma área para construir suas moradias, que estão morando de favor em casa de parentes e amigos, e não têm condições de pagar aluguel. E disse mais: “como eleitores do prefeito esperam contar agora com seu apoio para resolver essa situação”.
No começo da tarde de ontem, o número de interessados em adquirir terrenos já passava dos 80 e, segundo Isaac, havia uma lista com mais 90 nomes para ser beneficiada.
O procurador do município disse à reportagem que o prefeito não irá tolerar as invasões e que em seu governo as ações e projetos de habitação vão ser realizados pelos meios legais e vão seguir os trâmites normais. “O prefeito vai fazer um levantamento das famílias carentes e vai se utilizar do cadastro existente na Secretaria de Ação Social. Ele vai analisá-lo devidamente, e se houver necessidade de inclusão ou exclusão de nomes ele assim o fará. O cidadão que precisar de uma habitação vai ter que se inscrever nos programas sociais e comprovar a carência”, explicou Efraim.
Segundo o representante do prefeito, Zé Carlos do Pátio irá adotar todas as medidas legais, cabíveis e necessárias para defender o patrimônio público.
Efraim chegou a afirmar que estas invasões estariam sendo orquestradas pela oposição. Porém, os próprios invasores alegam que são eleitores do prefeito Zé do Pátio, votaram nele e agora querem o seu apoio para as suas reivindicações.
Informações obtidas pela reportagem junto aos sem-teto davam conta de que esse movimento já vinha sendo orquestrado há cerca de 60 dias e, num primeiro momento, seria deflagrado em seis frentes em diferentes bairros da cidade.