Os moradores dos bairros Carlos Bezerra I e II estão insatisfeitos com o poder público por conta do que chamam de abandono e cobram as promessas de asfaltamento dos citados bairros. Segundo a comunidade, desde a administração anterior os bairros não foram mais atendidos e nenhuma benfeitoria foi feita. Os moradores cobram a prometida continuação do programa de asfaltamento das ruas, bem como a manutenção e limpeza das vias. Um caso grave de abandono do bairro foi relatado pelo ex-presidente do Jardim Carlos Bezerra I, José Cláudio Pessoa de Oliveira.
Segundo o morador e líder comunitário, a Rua-4 do bairro está praticamente intransitável em toda sua extensão.
Os buracos tomam conta de tudo, o mato cresce no meio da rua, o que torna a situação verdadeiramente preocupante. Agora, com o período das chuvas, o quadro se complica ainda mais, porque na ausência de uma manutenção regular a rua praticamente desaparece.
Os moradores têm dificuldade de transitarem de carro, de moto e até mesmo a pé. “Olha, aqui quando chove fica difícil de passar até a pé, porque é muito escorregadio devido ao barro e a lama”, reclama um morador. Outra dificuldade, com a citada via pública, é que as moradias que ficam do lado direito da rua [parte mais baixa], sofrem com as enxurradas que invadem as casas e os quintais, trazendo transtornos e prejuízos aos moradores. José Cláudio afirma que já procurou a prefeitura solicitando uma solução para o problema, mas não obteve resposta. “Na prefeitura me disseram que tem uma verba dos deputados federais Carlos Bezerra (PMDB) e Carlos Abicalil (PT) para asfaltar o bairro todo, mas até agora nada foi feito. Os moradores querem uma resposta rápida da prefeitura. A situação aqui está insustentável. Daqui a pouco não teremos nem como entrar ou sair de casa mais”, reclama o líder comunitário. Segundo o morador, a situação está caótica em toda a região. O Jardim São Bento também sofre com a mesma situação de abandono.
Já no bairro Carlos Bezerra II, que fica na outra margem do Córrego Queixada, a situação é ainda pior. Como o bairro tem apenas uma rua asfaltada (Rua–3), que liga o Carlos Bezerra I ao II, por conta da falta de manutenção e conservação, a enxurrada está destruindo toda a pavimentação, abrindo enormes crateras no asfalto.
Um morador, indignado com a situação e que pediu para não ser identificado, reclamou: “nós estamos abandonados aqui. A única rua asfaltada do bairro é esta e está do jeito que o senhor está vendo. Além de não fazer nada aqui, eles [prefeitura] ainda não conservam nem o que já está feito. Eu acho que é porque aqui só tem pobre e a gente só serve mesmo é para votar”, desabafou. Nesse período de chuvas, o drama é maior. Como as ruas não tem pavimento, a enxurrada leva a cobertura existente e esburaca tudo. Devido a ausência da manutenção e limpeza urbana, o mato toma conta do que seria as calçadas e invade as vias públicas.
Outra preocupação da comunidade é com relação à infestação do mosquito da dengue, que está sendo considerada alta e com as ruas cheias de buracos acumulando água da chuva, o risco de proliferação do mosquito é grande.
LIXÃO
A pedido da comunidade, a reportagem do “A TRIBUNA nos BAIRROS” foi até o final da Rua-3, entre os limites do Carlos Bezerra II e a pista do Anel Viário e verificou um outro quadro extremamente preocupante: um lixão a céu aberto está sendo formado nas duas margens da rua. Ali, são jogados materiais orgânicos em decomposição, animais mortos, restos de construções, lixo doméstico e todo tipo de entulho, incluindo pneus.
O mal cheiro é insuportável. A água se acumula nos recipientes, como latas, copos, pneus, etc, e cria condições propícias à procriação do mosquito da dengue, pernilongos, insetos e animais peçonhentos.
Conforme o presidente da associação de moradores do Carlos Bezerra II, João Odair Félix, por conta do abandono do bairro, da formação do lixão ao longo da rua 3, existem informações de que já tem gente se articulando para promover nova invasão numa área pública ao lado.
No Carlos Bezerra II, os chamados “gatos” -ligações clandestinas na rede de água – é outro sério problema que precisa ser resolvido urgentemente, segundo os moradores. João Félix disse que enviou inúmeros ofícios à diversos órgãos da administração pública, cobrando providências, mas só tem recebido promessas. “Nós já estamos cansados de tanta promessa. Eu vou lá [prefeitura], entrego os pedidos, eles dizem que vêm fazer o serviço, mas até agora nada. Esta semana mesmo eu estive com o gerente de Habitação Odair José e ele prometeu que nesta segunda feira (22) uma
frente de trabalho vem aqui para o bairro fazer o serviço. Nós vamos esperar para ver se eles vão cumprir mesmo esta promessa”.