O vice-presidente da Assembleia, Romoaldo Júnior (PMDB), defendeu o estorno de parte dos pagamentos realizados pelo governo do Estado no últimos dois dias de 2014, mas afirmou que esperaruma reação rápida da atual gestão para resolver o impasse que se gerou com os fornecedores prejudicados pela medida. O deputado apontou que o problema só ocorreu porque o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) priorizou a folha de pagamento dos servidores. “O governo reteve toda a arrecadação do mês de dezembro para pagar o 13º e a folha. Só após isso, o que ocorreu no dia 29, é que foi pagar essas empresas. Mas não acredito que tenha nenhum ato ilícito no meio desses pagamentos. Até porque, ninguém vai deixar a coisa errada para fazer no último dia”, expôs.
Romoaldo responsabilizou o ex-secretário de Fazenda, Marcel de Cursi, pela falha de não enviar ao banco, junto com o pedido dos pagamentos, a documentação que atestaria os contratos entre as empresas fornecedoras e o governo. Para o peemedebista, a questão, no entanto, foi de tempo. “Os bancos têm dois dias após o pagamento para creditar das contas. Como ocorreu as trocas das senhas no dia 1º [de janeiro], que é um direito do atual governo, no dia 2 a documentação necessária não tinha sido enviada e o Fiplan estava fechado”.
O deputado, que chegou a atuar como líder do governo Silval Barbosa na Assembleia, defendeu a iniciativa de Taques de determinar que os pagamentos só sejam feitos agora após auditoria. Segundo Romoaldo, empresários atingidos pelos estornos têm procurado na Assembleia Legislativa possíveis soluções para o problema. “Sei que muita gente não pagou nem o 13º aguardando esses recebimentos. Acho que o ato do governo novo está corretíssimo. Só espero que não demore os 100 dias, porque aqui na Assembleia, todos os dias, a gente recebe fornecedores que esperavam receber e, infelizmente, o dinheiro foi estornado. Quem perde com isso são eles. Foram injustiçados”.
Conforme o secretário de Fazenda Paulo Brustolin, cerca de R$ 100 milhões foram pagos pelo governo nos dias 30 e 31 de dezembro. A maior parte do recurso foi destinada a empreiteiras. Desde total, pelo menos R$ 70 milhões foram estornados aos cofres do Estado por iniciativa do próprio Banco do Brasil, que identificou “falta de materialidade” nos pagamentos. Semana passada, o governo informou que adotaria as medidas cabíveis quanto ao caso dentro de um prazo de 10 dias.
Quanto ao montante de recursos deixado por Silval Barbosa nos cofres do governo, Romoaldo reafirmou o que foi dito pelo ex-governador no dia da posse de Taques. “O que eu sei é que ficaram nas contas do governo, não só na conta única, alguma coisa em torno de R$ 800 milhões. Muitos desses valores são de convênios, de recursos vinculados à saúde e à educação, mas os recursos existem. Já a conta única ficou com um saldo positivo da arrecadação dos dias 30 e 31, que eu não sei dizer quanto é”, declarou.
Segundo Brustolin, o saldo da conta única do Estado no dia 2 de janeiro era de apenas R$ 84 mil.