Principal responsável pela fundação do PSD em Mato Grosso, o ex-deputado estadual José Geraldo Riva apresentará o pedido de desfiliação da sigla nos próximos dias e pretende abandonar a vida partidária. Desde que teve indeferido o registro de sua candidatura ao Governo do Estado durante o processo eleitoral do ano passado e encerrou seu quinto mandato na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) no fim de janeiro deste ano, Riva anunciou que não voltaria a disputar qualquer cargo eletivo. No entanto, na época, ainda manifestava alguma intenção de se manter na atividade partidária. Após duas prisões preventivas, tem se afastado cada vez mais dos bastidores políticos. Aliado a isso, seu partido, que nasceu em 2011 como uma das maiores siglas de Mato Grosso, com dois representantes na Câmara dos Deputados, o então vice-governador Chico Daltro e a segunda maior bancada de deputados estaduais, vem minguando.
Apesar de ter eleito o maior número de prefeitos em seu primeiro pleito, em 2012, sendo que muitos migraram para a sigla acompanhando Riva, o partido sofre forte ameaça de debandada. Na ALMT, onde conta com quatro parlamentares, apenas José Domingos Fraga pretende se manter na legenda. Janaína Riva, filha do ex-deputado, é uma das deputadas que costura entendimento junto ao presidente da executiva nacional do PSD, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, para poder deixar o partido independentemente da Janela aprovada pela Câmara dos Deputados. O mesmo acontece com Gilmar Fabris e Pedro Satélite. A parlamentar ainda acredita que deva levar consigo pelo menos 10 prefeitos que ingressaram no PSD em razão da afinidade com Riva. O ex-deputado, no entanto, afirmou que não se filiará a mais nenhum partido depois que deixar o PSD. De acordo com ele, não há razão para aderir a qualquer sigla, uma vez que não tem intenção alguma de voltar a disputar algum cargo eleitoral.
Apesar de ter sido o fundador do partido no Estado, quando levou boa parte do PP para a sigla, Riva não atuou na direção partidária. O PSD tinha Chico Daltro como presidente do diretório regional e, em meio à crise que vem vivendo, passou a contar com uma comissão provisória, tendo o presidente da Associação Mato-grossense de Municípios (AMM), o prefeito de Nortelândia, Neurilan Fraga, no comando. Havia a expectativa de que depois de deixar a ALMT, Riva assumisse a coordena- ção do partido, no sentido de reestruturá-lo e evitar uma debandada, contudo, as prisões preventivas o afastaram do cenário político.