A juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital, adiou o interrogatório do ex-deputado estadual José Riva e os ex-chefes de gabinete do político, Maria Helena Caramelo e Geraldo Lauro. Inicialmente estava previsto para esta tarde, no Fórum, mas resta uma testemunha para ser ouvida: a ex-servidora da Assembleia, Nadir Nascimento.
À juíza, Riva confirmou que não responderia qualquer pergunta antes de ouvir o depoimento da última testemunha. Ele ponderou, no entanto, que foi preparado para esclarecer as acusações do Ministério Público. "Nunca me preparei tanto para uma audiência como hoje. São 20 laudas de anotações que fiz, após uma análise minuciosa do processo. Mas, por uma orientação do meu advogado, peço que a senhora me dê o direito de permanecer em silêncio. A testemunha Nadir, mesmo que arrolada pela Maria Helena, irá fazer muitas afirmações imputadas a mim. Ela foi secretária do Serviço Legislativo por 18 anos, em todo o período em que estive na presidência e 1ª secretaria da Assembleia", afirmou, de acordo com o MidiaNews.
A juíza reinterrogou a delatora Marisol Sodré, para que explicasse as planilhas supostamente repetidas que apresentou. Ela justificou a duplicidade pelo fato de essas anotações serem constantemente atualizadas para acrescentar algum item ou corrigir informações. "Não existia mais de uma planilha para o mesmo mês. Eram atualizações, por ter incluído algum valor ou não ter entendido a letra na lista que era feita manualmente”, disse.
Todos são réus da Operação Célula-Mãe, que apura suposto esquema que teria desviado R$ 1,7 milhão da Assembleia Legislativa, por meio de simulação de compras com os valores das verbas de suprimentos. A verba foi extinta pela atual Mesa Diretora.
Riva, Maria Caramelo e Geraldo Lauro foram presos em outubro de 2015, quando foi deflagrada a operação Célula-Mãe pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). Até o momento, apenas Maria Caramelo conseguiu obter a soltura.