A defesa do ex-deputado José Geraldo Riva vai pedir acesso ao depoimento de Willians Paulo Mischur, dono da Consignum, que disse aos delegados encarregados da Operação Sodoma ter repassado R$ 2,5 milhões ao político como forma de quitar uma dívida do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), preso em decorrência da terceira fase da investigação. Antes disso, explica o advogado Rodrigo Mudrovitisch, responsável pela defesa de Riva, não é possível se manifestar acerca dos fatos narrados pelo empresário.
Não há, até o momento, registro de que Riva seja oficialmente investigado nesta operação. No entanto, destaca Mudrovitisch, tão logo seja chamado a prestar esclarecimentos sobre esta informação, o político fará. “Estamos sempre à disposição das autoridades. Nosso cliente tem mantido esta disposição e será assim em mais este caso”. O advogado salienta que irá, nos próximos dias, solicitar o acesso ao conteúdo integral da oitiva de Mischur para tomar conhecimento oficialmente das declarações, bem como obter detalhes para que seja possível explicar, da melhor forma possível, os fatos narrados. “Tão logo tenhamos acesso a estes autos estaremos à disposição, porque até o momento não tive nem a oportunidade de falar com ele sobre isso”.
Mischur revelou ao delegado Lindomar Toffoli que cinco meses antes do final da gestão do ex-governador foi procurado pelo ex-secretário de Administração, Pedro Elias, que declarou que Silval tinha uma dívida de campanha com o ex-deputado e que por conta disso os repasses mensais, de R$ 500 mil, cobrados para que a Consignum mantivesse o contrato com o Estado, deveriam ser feitos ao ex-parlamentar, de forma antecipada. Com medo de ser “cobrado” duas vezes, ele foi levado para a casa do político por Elias e lá recebeu a garantia de que havia um acordo para a quitação da dívida.