Depois de cinco depoimentos – de chefes e ex-coordenadores da Secretaria Estadual de Meio Ambiente- a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apura irregularidades na Sema pode convocar o governador Blairo Maggi para prestar esclarecimentos sobre o descaso do governo com a gestão ambiental no Estado. O anúncio foi feito pelo presidente da comissão, deputado José Riva, nesta quarta-feira. Uma das possibilidades é a realização de uma audiência pública.
Até o momento, foram ouvidos o secretário Luiz Daldegan, o adjunto Batilde Jorge Abdala, o superintendente de Gestão Florestal, Afrânio Migliari, o superintendente jurídico César Augusto D’Arruda, e o ex-superintendente de Gestão Florestal, Rogério Rodrigo da Silva. Todos confirmaram a falta de estrutura na pasta para atender o setor de base florestal.
Daldegan foi o primeiro a depor. Depois de responder várias perguntas, durante horas, ele confirmou que dos 507 planos protocolizados na Sema, menos de 50%, apenas 240 foram aprovados.
O superintendente Afrânio Migliari também confirmou deficiências internas no trâmite de projetos de manejo e declarou que, desde que assumiu, em 17 de julho, foram liberadas apenas 27 LAU’s – Licenças Ambientais Únicas.
A CPI foi instaurada no início de julho, depois de ser deflagrada a operação Guilhotina, que resultou na prisão de 40 pessoas, entre empresários, engenheiros e servidores, apontados por envolvimento no esquema de fraudes na liberação de projetos de manejo e comercialização de madeira.
A Sema já vinha sofrendo muitas cobranças devido a morosidade na liberação de projetos de manejo. O setor cobrou atitudes dos órgãos públicos.
Os trabalhos da comissão devem terminar em cinco meses, apontando sugestões para que a Sema consiga atender as necessidades, principalmente do setor madeireiro, base da economia de muitos municípios mato-grossenses.