Procurando “aparar as arestas” e garantir a unidade partidária, o vice-governador e presidente do PSD em Mato Grosso, Carlos Fávaro, se reuniu com a bancada de deputados estaduais da legenda. Na pauta, medidas para por fim às especulações de uma possível debandada.
O encontro ocorreu, ontem à tarde, e manteve os últimos encaminhamentos da sigla: manter-se “independente” ao governo Pedro Taques (PSDB) e colocar todos os cargos à disposição do governador. Fávaro também reafirmou interesse em construir sua candidatura ao Senado no pleito deste ano.
Nos bastidores, a informação é que a debandada foi evitada por conta do receio dos deputados em não conseguir espaço em outros partidos para disputarem a reeleição. Com poucas chances de vencer na votação interna para que o PSD continue apoiando o governo ] Taques, os parlamentares queriam, pelo menos, tempo para continuarem na base sem entrar em contradição com os encaminhamentos partidários.
O PPS teria sido cogitado como uma opção por Gilmar Fabris e Ondanir Bortolini, o Nininho, mas o secretário de Estado de Educação, Marco Marrafon, presidente da legenda, conseguiu consenso da direção estadual em só aceitar candidatos “ficha limpa”.
Oficialmente, em entrevistas após a reunião, os deputados pontuaram que a discussão foi proveitosa. A sigla, contudo, vem se distanciando cada dia mais do governo. “Fizemos uma reavaliação das últimas decisões e chegamos a uma conclusão de que o Fávaro terá total liberdade para construir sua candidatura ao senado”, disse o deputado Pedro Satélite (PSD). “E nós, deputados, teremos a mesma postura de continuar na base do governo. Isso não impede o partido de dialogar com outros sobre nosso projeto ao Senado”, complementou.
Para o deputado Wagner Ramos, a reunião foi “importantíssima” para a unidade da sigla. Segundo ele, “acabou qualquer especulação de saída de deputados”, já que foi passado um sentimento de tranquilidade aos parlamentares.
A sigla ainda decidiu participar de um “chapão” para as disputas às vagas disponíveis na câmara federal e na Assembleia Legislativa nas eleições de outubro.
Sobre os cargos que o partido ocupa no governo, a decisão ficará a critério de Taques. Gilmar Fabris acredita que nada mudará, já que, quem sair, será por conta da disputa eleitoral ou questões pessoais. “E quem quiser ficar e tiver o consentimento do governador, ficará, como é o caso do Domingos Sávio, que vem fazendo um excelente trabalho na Secitec (Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia)”, exemplificou o parlamentar.