O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) é o novo presidente do Senado Federal pelos próximos dois anos. Ele venceu o mato-grossense Pedro Taques (PDT) por 56 votos a 18. Ao todo, 78 parlamentares votaram. Dois votos foram em branco e dois nulos. É a segunda vez que o senador alagoano vai presidir a Casa de Leis. Em 2007, ele renunciou à presidência do Senado em razão de acusações apresentadas ao Conselho de Ética da Casa.
Em discurso antes da eleição, Taques já se reconhecia como perdedor da disputa, mas combatente por mudanças no Senado. Ele foi apoiado pelo PSOL, PSB, DEM, PSDB e por alguns senadores de outras legendas. Pediu votos dos colegas com um discurso poético e também criticou a omissão do Legislativo e ao retorno de Renan Calheiros à presidência da Casa.
“Sou o titular da perda anunciada, do que não acontecerá, senhor presidente. Mas o bom povo do Mato Grosso não me deu voz a esta casa para só disputar os certames que possa ganhar, mas para lutar com todas as minhas forças as batalhas que forem justas”, disse Taques no início de seu discurso.
Taques voltou a afirmar que o Legislativo não é um “puxadinho” do Poder Executivo. “O presidente tem o dever de impugnar proposições que lhe pareçam contrárias à Constituição, às leis e ao próprio regimento, o que foi feito apenas uma única vez desde a Constituição de 1988. Eu, anunciado perdedor, comprometo-me perante meus pares e perante todo o país a impugnar esses exageros do Poder Executivo. Será que o anunciado vencedor pode fazer idêntica promessa?”, discursou.
Sobre a volta de Renan ao comando da casa ele disse “existem voltas que criam receios, receios de continuísmo, receios de letargia, receios de erros ressurgidos. Sou o anticandidato, aquele que perderá. Não sou especial, não tenho qualidades que cada cidadão brasileiro trabalhador e honesto não tenha também. Eu não temo o próprio passado e, portanto, eu não tenho medo do meu futuro”.
(Atualizada às 13h40)