O presidente do Senado e do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (22) que é preciso ter “responsabilidade com o país e com a democracia” no que se refere ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e para que ele ocorra o crime de responsabilidade tem que ficar caracterizado.
“Eu acho que o impeachment, em uma circunstância normal, é uma coisa normal. Mas é bom que as pessoas saibam, e a democracia exige que façamos essa advertência, que para haver impeachment tem que haver a caracterização do crime de responsabilidade. Quando o impeachment acontece sem essa caracterização o nome, sinceramente, não é impeachment. É outro nome”, completou.
Renan também voltou a dizer que vai agir com isenção se o processo de impeachment for aprovado pela Câmara e chegar ao Senado. No entanto, ele comentou sobre a possibilidade de o seu partido, o PMDB, deixar a base aliada do governo e disse que, nessa hipótese, o partido terá que “assumir a responsabilidade” pelo agravamento da crise no país.
“Eu sou presidente do Congresso Nacional, eu não substituo a direção do PMDB. Mas eu acho que o PMDB mais do que nunca tem que demonstrar sua responsabilidade institucional. Eu digo isso com a autoridade de quem não participa do governo. Se o PMDB sair do governo e isso significar o agravamento da crise, é uma responsabilidade indevida que o PMDB deverá assumir”, afirmou.
O presidente do Congresso também disse que conversou com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje à tarde e também com o ex-presidente José Sarney e com o presidente nacional do Democratas, senador José Agripino, para “recolher pontos de vista e pensar sobre o Brasil”.
Renan garantiu que as conversas foram sobre a conjuntura política e econômica do país e disse que o ex-presidente Lula “não pediu nada”. “Ele não demonstrou [preocupação com o processo de impeachment] e ele, mais do que qualquer um, sabe que eu tenho uma condução de absoluta isenção em relação a esse processo”, afirmou.