O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu adiar para terça-feira, a reunião da Mesa Diretora que decidiria sobre os pedidos de documentos e novas perícias da Polícia Federal do seu próprio processo por quebra de decoro parlamentar, aberto no Conselho de Ética. A reunião estava marcada para hoje, após reunião da comissão de relatores, por um compromisso do senador Magno Malta (PR-ES), que presidia a sessão plenária do Congresso Nacional ontem.
A decisão foi anunciada pelo primeiro vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC) e causou novo tumulto com os senadores, que tinham interrompido uma sessão do Congresso Nacional ontem para deliberar sobre o assunto. O presidente do PSDB, senador Tarso Jereissanti (CE), anunciou que vai se reunir com vários partidos da oposição para montar uma estratégia de obstrução dos trabalhos. “Nos sentimos impedidos de continuar qualquer atividade legislativa, enquanto ele presidir o Senado Federal”, disse.
O tucano ameaçou paralisar todas as atividades legislativas, ou seja, trabalho de comissões temáticas e votações em plenário. O senador José Agripino Maia (PFL-RN) também criticou a decisão, “diante de tudo que foi dito ontem”. “Tomamos um compromisso com o país. Neste momento passa uma impressão que estão preparando uma gincana política. O presidente do Senado está aqui e será que ele comprende que sua atitude desautoriza os membros da Mesa da Diretora?”, questionou citando a decisão do plenário ontem.
Agripino disse que gostaria de ver o presidente do Senado pessoalmente as explicações necessárias sobre a decisão. Pouco tempo depois, Renan enviou uma nota pelo primeiro vice-presidente, Tião Viana, justificando que o adiamento foi necessário para dar tempo de notificar os “advogados das partes interessadas”, no caso o do P-Sol, que apresentou a representação, e o da defesa de Renan. Segundo o presidente do Senado, se a reunião da Mesa Diretora fosse hoje, não haveria tempo hábil para a notificação.