PUBLICIDADE

Relatório de CPI deve ignorar “mensalão” e endossar tese de caixa 2

PUBLICIDADE

O relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), deverá afirmar que não encontrou indícios que provem a existência do “mensalão”, mas que parlamentares acusados de envolvimento em irregularidades utilizaram o caixa dois para financiar parte de suas campanhas ou pagar dívidas.

Abi-Ackel deverá apresentar o relatório em reunião administrativa marcada para a amanhã de manhã. No documento, o relator irá afirmar que houve repasses ilícitos, mas não periódicos, e que por isso não é possível provar que houve o pagamento de mesada a parlamentares da base em troca de apoio político.

A CPI foi criada para funcionar 120 dias e o prazo termina à meia-noite de quarta-feira. Para evitar que os trabalhos sejam encerrados sem um relatório final, Abi-Ackel deverá passar o feriado concentrado nos documentos colhidos pela comissão.

O presidente da comissão, Amir Lando (PMDB-RO), disse ter conseguido as 27 assinaturas necessárias no Senado para pedir a prorrogação dos trabalhos. No entanto, ainda falta convencer os deputados a endossar o pedido. Caso não reuna o apoio necessário, a CPI fica extinta a partir de quinta-feira.

A oposição corre contra o tempo para tentar prorrogar a comissão. Já o governo dá sinais de que prefere ver a CPI extinta.

Até o final da tarde de ontem, 30 assinaturas para estender as investigações haviam sido coletadas no Senado, três a mais do que o mínimo necessário. O problema está na Câmara: é necessário o apoio de 171 deputados, mas apenas 15 nomes foram recolhidos pelo deputado José Rocha (PFL-BA), que começou esse trabalho na quinta-feira passada.

A oposição quer a prorrogação até abril. O governo diz que aceita 30 dias, mas na prática quer o fim imediato. “Essa CPI já cumpriu um papel e agora perdeu o foco”, diz o senador Sibá Machado (PT-AC), um dos integrantes.

A CPI do Mensalão, chamada de CPI da Compra de Votos pelo governo, foi uma invenção da base aliada para tentar retirar o foco da CPI dos Correios. Iniciada em 20 de julho, tinha como meta investigar também a compra de votos para a emenda que instituiu a reeleição, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, em 1997.

Deu tudo errado para o governo. A CPI do Mensalão nunca foi levada muito a sério e tornou-se um apêndice da dos Correios. Não fez grandes descobertas sobre o “mensalão”. A investigação sobre FHC não decolou. Mas ela poderia ganhar algum fôlego, com a contratação, na semana passada, de auditores externos.

As lideranças de PFL e PSDB estão convocando seus parlamentares para estar em Brasília amanhã e assinar. Mas além de enfrentar a pressão do governo, há a dificuldade de mobilizar deputados em uma semana de feriado.

Representante do governo na CPI, o deputado Odair Cunha (PT-MG) diz que é possível fazer um relatório em 30 dias: “Queremos que seja feito um relatório, mas não precisa de 120 dias”.

Se realmente conseguir impedir a prorrogação da CPI, será uma rara vitória para um governo que acaba de ser derrotado na batalha para encerrar a CPI dos Correios, prorrogada até abril.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Projeto do voto impresso nas eleições avança na Câmara; 4 deputados de MT favoráveis

A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou...

Ministro anuncia R$ 140 milhões para a agricultura familiar em Mato Grosso

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, fará...

Senador mato-grossense propõe semana para incentivar educação cidadã

O senador Jayme Campos (União-MT) apresentou um projeto de...

Juíza nega pedido e mantém diplomação do prefeito eleito de Sorriso

A juíza Emanuelle Navarro Mano negou, esta tarde, pedido...
PUBLICIDADE