Uma das discussões da sessão da câmara de hoje, deve ser a apresentação do relatório da comissão que apurou possíveis irregularidades nas obras da nova sede do Legislativo, que estão paradas desde dezembro, por determinação da presidente Sinéia Abreu. O documento final foi elaborado pela vereadora Zuleica Mendes (PMDB), relatora da comissão, presidida pela vereadora Cleuza Navarini (PTB) e também composta pelos parlamentares Jorge Müller (PSDB) e Valdemar Júnior (PPS), depois de interrogatórios e uma vistoria técnica nas obras, feita por uma empresa de engenharia.
No laudo técnico da empresa foi apontada uma diferença de cerca de R$ 115 mil no que foi investido na obra, de acordo com vistoria in loco, e no valor apontado pelo setor contábil do que foi gasto – R$ 1.086 milhão. Zuleica Mendes defende que não houve desvios. “Pelo relatório que apresentei, não houve. O que aconteceu foi que a arquiteta, como ela mesma admitiu, copiou a planilha de materiais do centro de eventos. Então a quantidade de materiais não batia”, destacou. A efetivação de aditivos também teriam resultado nesta diferença de valor. A comissão também ouviu o dono da empreiteira que executou a obra, arquiteta, engenheiros e o vereador José Pedro Serafini, ex-presidente da casa e que lançou as obras no ano passado.
O engenheiro Adrian Agostini, responsável pela vistoria, destacou que foram avaliados materiais utilizados e metragens, comparando com o preço descrito em planilhas. Ele apontou que “os serviços estão muito bem feitos. O que encontramos foram muitos problemas de projeto, uma realidade de projeto muito deficiente. A pessoa que executou, a construtora, teve muita dificuldade na execução. Teve soluções que ela teve que adotar que não tem verificado em planilha”, argumentou.
No laudo, ele ainda apontou que podem ser investidos mais de R$ 500 mil para a conclusão da obra, baseando-se em valores atuais, e com sugestões de adaptações no projeto.
As investigações na obra foram solicitadas pela presidente Sinéia Abreu (PSDB), em fevereiro. Sinéia declarou que “o relatório deve ser encaminhado para o Tribunal de Contas e se houver irregularidades estaremos constatando e também encaminhando para o Ministério Público. A princípio o TCE tem que tomar conhecimento porque foi feito uma licitação e gasto dinheiro público”, enfatizou.