A Corregedoria Regional Eleitoral de Mato Grosso, sob a coordenação do desembargador Luiz Ferreira da Silva (foto), elaborou um minucioso relatório a partir de dados encaminhados pelos juízes eleitorais. O documento aponta para 223 pessoas presas ou conduzidas à delegacia por prática de crimes eleitorais, entre os dias 15 de agosto e 2 de outubro.
Deste total, 56 eram candidatos. Mais de 90% destas ocorrências aconteceu no dia da votação do primeiro turno das eleições. Dentre causas mais presentes estão propaganda de boca de urna, compra de votos, transporte irregular de eleitores, desobediência, violação ou tentativa de violação do sigilo do voto.
O número de ocorrências registradas nas eleições municipais de deste ano é maior que a soma das registradas nas duas eleições anteriores. Em 2014 foram registradas apenas 34 ocorrências dessa natureza e em 2012 foram 166. O relatório leva em conta apenas os procedimentos investigatórios resultantes de prisões e/ou conduções de eleitores e candidatos à delegacia. Não estão computadas as ações penais em trâmite ou instauradas no período.
Do total de ocorrências envolvendo candidatos, 13 tentavam o cargo de prefeito, um foi candidato a vice-prefeito e 42 concorreram ao cargo de vereador. Cinco destes candidatos já se encontram no exercício do cargo de prefeito e foram reeleitos e 14 refere-se aos candidatos a prefeito eleitos no dia 2 de outubro, que passarão a possuir foro por prerrogativa de função a partir da expedição do diploma.
Para o corregedor eleitoral, desembargador Luiz Ferreira da Silva, esse aumento significativo nas eleições de 2016 deve-se à maior atuação dos órgãos fiscalizadores, já que não houve grandes alterações na legislação na esfera penal eleitoral.