"A crise chegou a Mato Grosso". Assim o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Wilson Santos (PSDB), confirmou que o governador Pedro Taques (PSDB) dará prosseguimento às medidas de enxugamento da máquina para manter a administração equilibrada e conseguir pagar salários dos servidores em dia, além de garantir investimentos em diversas áreas.
As medidas de contingenciamento serão encaminhadas para o Legislativo apreciar no final do primeiro semestre, ou seja, até dia 30 de junho. "O governo irá continuar a reforma administrativa iniciada no ano passado na administração indireta, autarquias, empresas de economia mista, todas passando por cortes, incluindo demissões de DGAs".
Segundo ele, o cerco vai ser fechado na administração indireta para que o governo possa aplicar mais recursos em projetos voltados para o cidadão. Santos lembra que no ano passado o Executivo extinguiu cerca de 1.050 cargos comissionados e 3,5 mil contratos na Secretaria de Educação do Estado (Seduc), gerando uma economia de R$ 120 milhões ao ano.
O deputado informou que a taxa de crescimento de Mato Grosso, entre 7% a 10% ao ano, caiu para 3% em 2016. "A tendência é só piorar. Por isso para tentar combater esta crise econômica alastrada no país só reduzindo a máquina e enxugando gastos supérfluos".
Além da reforma administrativa, também será encaminhada para apreciação do Parlamento a reforma tributária do Estado. O líder do governo disse que não é possível detalhar as medidas porque o Executivo está discutindo a pauta com o setor econômico. "A reforma tributária ainda vem sendo construída e a Assembleia apreciará a mensagem no mesmo período do enxugamento da máquina".
Santos comentou sobre a "bomba" do déficit previdenciário de R$ 23 bilhões, que foi pauta de uma reunião entre o governador Taques e o presidente do MT-Prev, Ronaldo Taveira, ontem. "Foi uma longa conversa para debater o futuro da previdência. Decidimos estender as discussões com os outros poderes para tratarmos do 'fundão da previdência' e iniciarmos a solução deste problema".
No ano passado, estudos técnicos da equipe de governo já apontaram como uma das saídas para ajustar os custos da máquina as extinções da Companhia de Mineração de Mato Grosso (Metamat), da Empresa de Gás de Mato Grosso (MT Gás) e da Empresa de Fomento de Mato Grosso (MT Fomento).