Os R$ 595 milhões contingenciados no Orçamento Geral do Estado, motivo de muitas discussões entre deputados e equipe econômica do Governo no final do ano, deverão ser gastos bem antes do que muitos imaginam. O próprio Governo já está trabalhando com cenários mais otimistas que na ocasião em que abriu discussão para “remendar” a peça orçamentária encaminhada à Assembléia Legislativa. “Tivemos um dezembro muito bom, excelente. A arrecadação foi boa” – disse o secretário-chefe da Casa Civil, Luiz Antônio Pagot, ao avaliar o comportamento econômico e tributário.
A base da avaliação tributária de Mato Grosso está no campo. Com o agronegócio como um dos principais carro-chefe da economia estadual, Pagot frisou que a safra está se comportando bem e destacou que a produtividade está alta. As informações sobre o plantio e perspectiva de colheita foram tiradas de três municípios de vocação puramente agrícola: Sapezal, Lucas do Rio Verde e Nova Mutum. “O preço está razoável, acima da média da comercialização” – salientou Pagot. “A nossa safra será comercializada com valores bem melhores e a economia está crescendo”.
Fora isso, o Governo contabiliza “grandes projetos de investimentos em 2006” para Mato Grosso. A partir de março, de acordo com o secretário, indústrias iniciam processo de implantação no Estado – o que deverá garantir a internalização de mais dinheiro. São empreendimentos nas áreas de açúcar e do álcool, hidrelétrico, frigorífico, entre outros. “Teremos grandes entradas” – acrescentou.
A Lei Orçamentária Anual – 2006 prevê receita de R$ 6,045 bilhões. Ao contrário do ano passado, este ano o Orçamento não assegurou emendas dos parlamentares. Acabou sendo um dos motivos de debate entre governistas e Governo. A ausência de emendas parlamentares na LOA foi interpretado pelos parlamentares como uma prova de confiança dos deputados de situação e também de oposição à Mesa Diretora e ao governador Blairo Maggi.