Na mira de investigação da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE), a gestão do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) já registra a marca de 15 auxiliares diretos presos pela Delegacia Fazendária ou pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em decorrência de operações policiais de combate à corrupção.
Homem forte dos primeiros anos da gestão estadual, Eder Moraes exerceu as funções de secretário chefe da Casa Civil, presidiu a Agência de Execução de Projetos para a Copa do Mundo (Agecopa) e ainda assumiu a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa).
Acusado pela Polícia Federal de liderar um amplo esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro nacional que movimentou ilegalmente até R$ 500 milhões para manter um esquema de abastecimento de caixa 2 de campanha eleitoral, pagamento de propina a autoridades, compra de sentença judicial e até compra de uma vaga de conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Eder Moraes foi preso preventivamente no transcorrer da Operação Ararath e sentenciado a 81 anos de prisão pela Justiça Federal. Atualmente, recorre em liberdade.
Nomeado para a Secretaria de Estado de Saúde e intitulado como o homem que revolucionaria o setor ao conciliar perfil técnico e político, o ex-deputado federal Pedro Henry (PP) foi preso após ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 2 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva na ação penal 470, popularmente conhecida como processo do mensalão do PT.
Atualmente, Henry está em liberdade após cumprir pouco mais de dois anos da pena e ser favorecido com um decreto de indulto de Natal assinado pela ex-presidente da República Dilma Rousseff (PT).
Em dezembro de 2014, quando foi deflagrada a Operação Edição Extra pela Polícia Civil, houve a prisão de dois secretários adjuntos. por conta da suspeita de participação em uma fraude de licitação para aquisição de material gráfico na ordem de R$ 44 milhões.
Em agosto de 2015, foi a vez de o Gaeco deflagrar a Operação Ouro de Tolo e prender preventivamente a ex-primeira-dama Roseli Barbosa, pela suspeita de desviar até R$ 8 milhões dos cofres da Secretaria de Trabalho e Assistência Social. Também foi preso o auxiliar direto do ex-governador, o ex-chefe de gabinete Sílvio Cézar Corrêa de Araújo.
Atualmente, todos os atos da juíza Selma Arruda relativos a essa operação policial foram anulados pelo Tribunal de Justiça com o processo se iniciando do zero na condução de outro magistrado.
Em setembro, a Polícia Civil deflagrou a primeira fase da Operação Sodoma que se concentrou na apuração de um esquema de cobrança de propina para concessão de incentivos fiscais a empresas privadas.
Naquela ocasião, foram presos preventivamente o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf (Casa Civil) e Marcel de Cursi (Fazenda). Em fevereiro de 2016, veio a tona a Operação Seven deflagrada pelo Gaeco, que apontou desvio de R$ 7 milhões dos cofres públicos na compra de um terreno.
Em consequência disso, foi autorizada a prisão preventiva do ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto, do procurador aposentado do Estado, Francisco Gomes de Andrade Lima Filho, o Chico Lima, conhecido por atuar diretamente no gabinete do ex-governador Silval Barbosa, e do ex-secretário adjunto de Administração, José Nunes Cordeiro.
Posteriormente, na segunda fase da Operação Sodoma, foi preso preventivamente o ex-secretário de Administração César Zílio, que deixou a cadeia após firmar termo de colaboração premiada com o Ministério Público Estadual (MPE) se comprometendo a auxiliar a Justiça.
Na terceira fase, foi preso preventivamente o ex-secretário de Administração, Pedro Elias, que também deixou a cadeia após firmar delação premiada.
O ex-secretário de Planejamento, Arnaldo Alves, teve a prisão decretada na quarta fase da Operação Sodoma pela suspeita de participação em um esquema de desvio de dinheiro na fraude relacionada à desapropriação do bairro Jardim Liberdade I. Atualmente, responde ao processo em liberdade.
Na quinta fase da operação policial, deflagrada no dia 14 deste mês, foi cumprido mandado de prisão contra o ex-secretário de Administração Francisco Faiad e o ex-secretário adjunto de Transportes e Pavimentação Urbana, Valdísio Juliano Viriato. Ambos já recorreram com pedido de liberdade.