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Quadrilha tentou nova investida em Cuiabá e Várzea Grande

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O relatório da Polícia Federal (PF) sobre a Operação Miqueias, que desarticulou quadrilha que fraudava fundos em previdências, aponta relações escusas entre os principais membros do esquema com o advogado Marden Elvis Fernandes Tortorelli, que atuava como intermediador em Mato Grosso.

Conforme os áudios gravados pela PF, além da tentativa de cooptar em 2012 o ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo (PTB) e o ex-prefeito tampão de Várzea Grande, vereador Maninho de Barros (PSD), neste ano, a quadrilha voltou a tentar instaurar o esquema da previdência nestas duas cidades.

Através dos diálogos gravados pela PF, em 17 de maio de 2013, uma das pastinhas do doleiro Fayed Traboulsi, chefe da quadrilha, Claudia avisa a outra pastinha Alline, que "Cuiabá pode agitar de novo", sendo que série de diálogos anteriores entre o advogado e Luciane, demonstram que o esquema tentou se infiltrar em Cuiabá e Várzea Grande, novamente em 2013.

A PF aponta Marden Tortorelli como um dos lobistas que estaria auxiliando o trabalho da "pastinha", Luciane Hoepers, que era utilizada como "isca" para cooptar os políticos. Tortorelli se enquadra nos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência, mas, negou veementemente qualquer envolvimento com o esquema.

Diferente do que demonstra o relatório da PF, em que Marden cobra de Luciane Hoepers uma viagem para Cuiabá e Várzea Grande, em que também deveria visitar os municípios de Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, em abril de 2013. Marden pede que Luciane comece por Várzea Grande, mas também revela que em Cuiabá, já falou com o "presidente", sendo que deve estar se referindo ao atual presidente do Cuiabá-Prev, Bolanger José de Almeida. O lobista afirma que "já está fechado com a gente", se referindo à Cuiabá e pede que Luciane esteja aqui na semana subsequente a 18 de abril.

Luciane pede a Marden então, que dê uma boa adiantada em Cuiabá e Várzea Grande, pois, só poderia comparecer aos dois municípios na próxima semana. Sobre Rondonópolis, Luciane indaga que em 2012, houve tentativa de se fazer o negócio, mas o presidente da previdência, nas palavras da pastinha, era o "maior carniceiro". Ao que Marden atenta que houve eleição em 2012, e que tudo "mudou".

Em Lucas do Rio Verde, Marden diz que há R$47 milhões para investimento da previdência, e em Rondonópolis o lobista afirma que a negociação será feita com indicação do "chefão". Marden afirma à Luciane que a situação de Várzea Grande é a mais adiantada, no que a modelo pede que o lobista vá com calma, devido a situação de 2012, que foi alardeada pela imprensa. Mas a pastinha deve receber o presidente do instituo previdenciário, que em 2013 passou a ser comandado por Jason Baracat, em Brasília.

Com Luciane adiantando a negociação com Várzea Grande em Brasília, ao vir para Cuiabá, iria para Rondonópolis e depois Lucas do Rio Verde. "Deixa eu te falar uma coisa, não vai com muita sede ao pote em Várzea Grande, porque você já alardeou tudo ano passado com aquela estória toda. Pede para ele fazer 5 e depois mais 5", aconselha Luciane, se referindo ao modo de aplicação em milhões de reais.

Marden informa que o investimento seria de R$20 milhões. "Vamos fazer 10 e depois faz isso, entendeu?", reforça o lobista sobre Várzea Grande.

Após diálogo com Marden, Luciane fala também ao telefone com o deputado estadual Samuel Belchior (PMDB-GO), ao qual pede para fecharem agenda em conjunto para estarem em Cuiabá, sendo que o parlamentar deveria auxiliar a modelo no contacto com políticos.

"De acordo com os diálogos interceptados, infere-se que Marden Elvis Tortorelli Fernandes possivelmente intercedeu em prol de realização não só de reunião entre a ‘pastinha" Luciane e políticos de cidades de Várzea Grande, Cuiabá, Colíder, Lucas do Rio Verde, Nova Canaã, Rondonópolis, Nortelândia, todas situadas em Mato Grosso, mas foi além, fechando negócios, com as entidades previdenciárias desses municípios em nome de organização criminosa. Aliás, note-se que em vários diálogos "Pizza" conversa com Luciane na primeira pessoa do plural ("vamos aplicar", "vamos resolver"), evidenciando o seu envolvimento com a quadrilha", conclui a PF sobre o envolvimento de Marden.

 

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