O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores não decidirá mais hoje se lançará candidatura própria, ou se coliga com o PMDB ou PDT para as eleições de outubro. O cancelamento foi de última hora e pegou muitos petistas de surpresa.
O presidente do PT Idalino Reginatto, explicou, há instantes, que o encontro foi cancelado devido retirada do local “das fichas de votação, livro ata, lista de filiados, entre outros documentos, por uma integrante do partido”, que é de ala contrária a sua. Irritado, Idalino chegou a fazer acusação dura contra a secretária de Organização do diretório. “Mandamos fazer as fichas de votação e hoje de manhã estivemos na Câmara para deixar a urna. Mas chegou uma integrante (secretária) e pegou as fichas, livro ata, lista de filiados. Houve uma reunião e decidiu-se pelo cancelamento”, explicou.
A secretária de Organização, Andrea Scholtão, disse que o encontro era para discutir políticas do partido e não o processo eleitoral. “Peguei os documentos, levei à assessoria jurídica do partido para análise e voltei pouco depois ao local da reunião com todos os documentos. Depois, fiz a distribuição das cédulas aos filiados que estavam no local mostrando que o encaminhamento feito pelo presidente estava errado. Nos manifestamos contrários ao fato de Idalino colocar para votação coligações com duas siglas (PMDB e PDT) com quem não dialogamos”, rebateu Andrea.
O secretário de Comunicação, Valdir Favareto disse que não caberia a realização de uma prévia já que discussões precisam ser amadurecidas. “Houve uma condução equivocada. Fomos até a câmara com idéia de um encontro, um debate. Ela tomou conhecimento sobre a eleição, pegou a documentação para análise e pouco tempo depois devolveu. Tem autonomia para isto pois é ligada a executiva”, declarou.
O secretário salienta que houve “superação de instâncias”. “Seria o indicativo do partido na possibilidade de coligação. Porém, temos candidaturas próprias. Não tivemos negociação ampla a respeito. O que acontece é que em alguns momentos há a antecipação de instâncias. Não teríamos como definir se iríamos coligar”, ressalva.
Ainda de acordo com Valdir Favareto, o PT caminha para futuras coligações, entretanto, querem negociar antes de definir qual opção adotada. “Há uma lícito desentendimento. A forma de condução não é esta. Não podemos definir com quem vamos coligar se não iniciamos uma negociação ampla com os partidos”, diz.
Para o secretário, havia ficado decidido que neste domingo os filiados do partido reuniriam-se para debater o fortalecimento da sigla e as ações para este ano, e, não uma votação.
O episódio deixa claro uma divisão no PT e divergência entre duas alas, quanto a candidatura própria e coligações. Figuram como pré-candidatos o professor doutor Aumeri Bampi, o empresário Milton Santos e Cícero Maciel.
O partido avalia se irá se coligar com o PMDB, que possui Juarez Costa como pré-candidato ou o PDT, que tem o empresário Roberto Dorner.
(Atualizada às 21h28)