A possibilidade de o Partido dos Trabalhadores ingressar na Frente “Mato Grosso Muito Mais” em apoio a candidatura do empresário Mauro Mendes é de distante para diminuta. Motivo: na frente está instalado o “palanque do crioulo doido”, com os partidos cada um apoiando um candidato a presidente da República. No PT, segundo anunciou o deputado Carlos Abicalil, presidente do Diretório Regional, a questão é pacífica: todos os aliados devem estar sintonizados no projeto Dilma presidente.
Abicalil reafirmou o que chamou no linguajar clássico de “condicionalidades” para que o PT participe de uma aliança. A primeira condição é a questão do fortalecimento do projeto presidencial do partido. A segunda condição é de que o partido reivindica, majoritariamente, a vaga de candidato ao Senado Federal. “Queremos fazer também o debate programático, com as diretrizes de desenvolvimento sustentável e humano” – frisou. A quarta diz respeito a discussão sobre a participação do PT no eventual Governo.
O dirigente informou que foi procurado pelo empresário Mendes em Brasília na semana passada para que seja debatida a participação do PT na aliança. Deixou claro no entanto que é inviável o projeto, especialmente porque o PSB defende a candidatura de Ciro Gomes a presidente. Além disso, o PPS, partido do deputado Percival Muniz, que deseja colocar a sigla na frente, vai apoiar o adversário de fígado do PT, o governador de São Paulo, José Serra, do PSDB.
Carlos Abicalil lembrou ainda que o próprio Mendes ainda não deu garantias sobre a candidatura ao Governo. O processo, segundo ele, está em fase de discussão e só deverá sair uma posição oficial no final de março. Até lá, Mendes trabalhará na construção da candidatura. No final de março também o PT de Mato Grosso define suas estratégias de aliança eleitoral.
Segundo o dirigente petista, não existe dificuldades do PT apoiar o nome de Mendes ao Governo. Ele lembrou inclusive que em 2008 o partido esteve na aliança em que o empresário disputou a eleição a prefeito de Cuiabá, tendo como vice a secretária-adjunta de Educação, Vera Araújo, que faz parte da corrente interna do partido liderada por Abicalil. Na época, Mendes pertencia ao Partido da República, do governador Blairo Maggi. Contudo, agora existem as condicionantes. Fora isso, o entendimento com o PMDB já vem de muito mais tempo. É quase certo que o PMDB vai apoiar Dilma a presidente – o que pavimentaria a aliança local.
Nem mesmo a avaliação de que poderia ter mais facilidade de vender sua candidatura ao Senado junto aos eleitores numa coligação diferente da que estará o governador Blairo Maggi anima o petista. Ele também não demonstrou entusiasmo quanto a possibilidade de Serys Slhessarenko, atual senadora contra quem disputa a indicação do partido para a vaga, vir a ser indicada como vice de Silval Barbosa, levando-se em consideração os aspectos da regionalidade de votos. “Ela teria que rever sua posição de não disputar a eleição” – comentou.