Não é muita coisa, mas vale pelo título. O PT de Mato Grosso continua na base de sustentação do governador Blairo Maggi. A decisão, já bem antiga, resistiu neste sábado, durante encontro na Federação do Comércio para comemorar os 25 anos da sigla e discutir conjuntura, aos ataques da ala liderada pela senadora Serys – que quer ver o partido inteiro na oposição até como forma de alavancar sua candidatura ao Governo do Estado. O PT tem dois deputados estaduais, um deputado federal e uma senadora.
Mesmo o apoio sendo tênue, até lá, tudo fica como era antes. Em setembro, o partido adotará um rumo mais consistente em Mato Grosso quando acontece as eleições gerais internas do partido – o que os petistas chamam dentro de uma linguagem NBA de Processo Eletivo Direto (PED). Dependendo do resultado, o PT vai dizer se terá ou não candidatura própria em 2006 no Estado. Se tiver, a sigla se encaminhará para a oposição ao Governo.
Mas que ninguém espere ver um PT aguerrido. Altas fontes garantem como certo que lá no final, bem lá na frente, Maggi acabará se livrando da classe política, e liderará uma aliança com o partido. Daí o fortalecimento de siglas como o PDT e o PV. Inclusive, líderes como Saguas Moraes e Carlos Abicalil, além do próprio Alexandre César, trabalham com isso, seguindo uma orientação nacional, que é de apoiar o governador na reeleição. O fato de Maggi ter feito juras de ficar no PPS também não atrapalha. Apesar do estardalhaço nacional, o PPS segue ocupando cargos no Governo Lula.
A necessidade de tomar uma posição até setembro, deverá indicar o caminho das negociações daqui até lá. Esse fato, em verdade, vai forçar Blairo Maggi e seu grupo político a uma definição de seu projeto de alianças, até aqui extremamente conturbado.
O apoio do PT ao Governo agora funciona, na prática, como uma espécie de atitude simbólica. Maggi, por exemplo, não pode contar com Serys no Senado Federal. A força de Carlos Abicalil, apesar de posição na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, é de político iniciante. Na Assembléia Legislativa, subrepõe o mal-humor da deputada Vera Araújo sobre Saguas Moraes, que tenta ser um político equilibrado.