Com a semana de folga nas sessões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, os deputados se concentram na formação de blocos para indicação de nomes que vão compor as comissões permanentes da casa, responsáveis por analisar as matérias que chegam ao poder legislativo e por dar os pareceres pela tramitação, ou não, de acordo com a especificidade de cada comissão. Apesar da movimentação interna e da semana de articulações, por enquanto, apenas o bloco “Resistência Democrática” foi divulgado, com a participação de deputados do PT e do PSL trabalhando juntos pela formação das comissões.
O bloco foi articulado pela deputada Janaína Riva (MDB), que não quis dar mais detalhes sobre a atuação ao longo da legislatura, e conta com os petistas Valdir Barranco e Lúdio Cabral, com o deputado do PSL, Delegado Claudinei, além da própria Janaína, de João Batista (PROS) e de Elizeu Nascimento (DC).
A composição foi divulgada dizendo que “visa um trabalho de defesa dos direitos constitucionais das pessoas”. A intenção é indicar para Comissão Orçamentária a deputada Janaina Riva, para a Comissão de Constituição, Justiça e Redação Final (CCJR) o deputado Lúdio Cabral, para a Comissão de Educação o deputado Valdir Barranco e para as comissões de Segurança Pública, Justiça e Direitos Humanos os deputados Claudinei, João Batista e Elizeu Nascimento.
A formação é uma estratégia para garantir a representatividade do bloco nas comissões. Após a indicação, há uma votação para definir qual cargo cada indicado irá ocupar dentro de cada comissão permanente.
A união inesperada teve origem nas discussões em favor dos servidores públicos, que foram intensas em janeiro e que aproximaram os deputados de partidos antagônicos, como PT e PSL. A união não incomoda o delegado Claudinei, que vê os interesses dos servidores públicos, classe da qual é integrante, como prioridade.
“Neste bloco nós juntamos alguns deputados que não são servidores públicos, como a Janaína e o Barranco, mas que vinham trabalhando pelos servidores, com quatro que são servidores públicos. O bloco é voltado mais para a defesa dos servidores públicos. A questão partidária, de ideologia, neste momento não influencia porque é um bloco para atuar nas comissões permanentes”, explicou.
O deputado, que é delegado, afirmou que tem interesse em integrar pelo menos três comissões e trabalhar em favor da segurança. Por isso não vê problema em se unir a dois deputados do PT neste momento, o que, segundo ele, não garante que irá votar em bloco em todos os projetos.
“A formação do bloco também não define a oposição ou apoio ao governo e eu continuo com a postura independente. Também não obriga a votar em bloco nos projetos. Se o PT apoiar um projeto e o PSL outro, não tem nada a ver, pois o bloco não atrapalha as votações no plenário. Neste momento não tem problema em se juntar a dois deputados do PT porque eles também estão defendendo os servidores públicos”, reforçou.