Único representante petista na bancada federal de Mato Grosso, o deputado Ságuas Moraes também é favorável à criação de novos municípios no país. Mesmo defendendo a derrubada do veto da presidente Dilma Rousseff (PT) na matéria, ele avalia que ela agiu de forma correta ao fazê-lo.
“Ela fez de forma correta, mas também é correto que a gente possa derrubar o veto”, disse. O parlamentar ainda destaca que não acredita que o substitutivo elaborado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) seja a solução para o
impasse criado, que foi o estopim da crise do governo federal com a bancada situacionista.
“Acredito que vai demorar o mesmo tanto e a gente tem feito uma avaliação vamos ter que votar pela derrubada do veto mesmo”, avaliou o deputado.
A proposta vetada por Dilma tramita no Congresso há 12 anos e foi amplamente debatida junto à ex-ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffman (PTPR), antes de ser aprovada por 312 deputados e 53 senadores.
Ságuas ainda reforça que, apesar da pressão que o governo federal tem feito sobre a bancada, que inclusive culminou no trancamento da pauta do Congresso, não há nenhum mal estar em os petistas votarem pela derrubada do veto.De acordo com ele, ainda não está definido se a bancada será liberada pelo partido, mas se percebe, no diálogo com os colegas, que a maioria dos deputados é favorável à derrubada do veto ou de uma busca alternativa para garantir a criação de novos municípios.
Segundo o parlamentar, na época em que Dilma vetou o projeto, houve uma pressão muito forte da mídia, era um momento de crise mundial em que todos tinham que conter gastos e a aprovação para a criação de novos municípios criaria a falsa impressão de excesso de gastos. Para justificar a negativa, a presidente argumentou que a medida geraria gastos bilionários aos cofres públicos sem a criação de novas receitas. No entanto, o argumento não convenceu.
“Não acredito nisso, porque o bolo é um só e esse é o bolo que vai ser repartido com mais pessoas, municípios, então não vejo que isso geraria mais gastos”, ponderou Ságuas.
Contudo, ele afirma que a presidente agiu corretamente na época porque os veículos de comunicação divulgaram amplamente que a medida representava a criação de novos cargos públicos e consequentemente gastos. “A oposição acusa o governo o tempo inteiro de que não tem controle sobre os gastos públicos e afirmavam que isso abriria a porteira para criar 500 municípios, quando sabemos que são menos de 270 enquadrados nas condições”.