De uma coisa o governador Blairo Maggi – e os eleitores também – já sabem: o tom que o principal partido de oposição ao seu Governo na atualidade, o PSDB, usará na campanha eleitoral do ano que vem. A saraivada de críticas a gestão governamental foi apresentada na segunda-feira à noite, no programa partidário dos tucanos: ácido, amargo e o que é pior, sem nenhuma proposta. Limitou-se a criticar por criticar. A “cara do PSDB”, pelo que ficou bem claro, será de cobrança intensa em 2006.
Com a assinatura de produção e criação do senador Antero de Barros, o programa partidário do PSDB foi de uma picardia sem fim: começou pedindo licença ao presidente do PPS, Roberto França, para assumir um velho chavão do líder político – “Prometer e não cumprir é pior do que mentir” – para atribuir tal faceta ao governador. Atacou a segurança pública, a educação e lembrou que Maggi prometeu baixar a carga tributária.
Pródigo, quase patético, o ex-governador Dante de Oliveira fez questão de chamar para o seu Governo todo o sucesso do gás boliviano – quando, na verdade, tratou-se de uma ação da iniciativa privada e de espectro continuado, ou seja, não para apenas em um Governo. Antero, na sua passagem pelo vídeo, bem ao seu estilo, chamou o governador de demagogo. Rogério Salles, por sua vez, tentou se desvincular da pecha de ser “compadre de Maggi”: falou que o Governo atual não cumpre promessas.
Quem se destacou, no entanto, foi o prefeito Wilson Santos. Líder da vez entre os tucanos, coube ao prefeito de Cuiabá a acusação mais dura: “Mato Grosso não precisa de político mentiroso, que promete e não cumpre”. Um duro ataque ao chefe do Executivo Estadual, especialmente no momento em que algumas frentes investigam as ligações – inclusive eleitorais – entre o Governo Maggi e a chegada de Santos ao poder municipal.