As investidas do PSD sobre outras siglas para garantir a construção do partido e adesão em massa de filiados e líderes políticos provoca reação em Mato Grosso. Partidos mais conservadores como o PMDB e o DEM têm feito trabalho interno para reduzir o impacto das desfiliações, preferindo não polemizar as investidas. Mas o PSD enfrenta forte resistência da direção estadual do PSDB. Em posição de alerta, os tucanos avisam que aplicarão as regras da infidelidade partidária aos dissidentes detentores de mandato. A ação visa assegurar o domínio do partido sobre vagas nos Legislativos e nos Executivos.
Informações apontam que o vereador Antônio Fernandes e o secretário municipal de infraestrutura foram convidados a ingressar na nova sigla. A notícia irritou membros da direção regional tucana, que discutem mecanismos para barrar eventual onda de desfiliações. Secretário-geral do diretório estadual, Ussiel Tavares disse em tom desafiador que o partido tomará providências em relação aos parlamentares que estão de "malas prontas" para ingressar no PSD. Ele preferiu não comentar a possível saída dos vereadores da Capital dos quadros do partido. Mas admitiu que a direção regional possui informações sobre lista de interessados em abandonar o PSDB.
No Estado o PSD está sob o comando do presidente da Assembleia Legislativa, deputado José Riva (PP), que coordena comissão provisória. Ele e o vice-governador, Chico Daltro, do mesmo partido, que ocupa função de secretário-geral, acentuam as ações para fundação da nova legenda em Mato Grosso. Além das articulações na Capital, ambos tem acelerado os trabalhos em municípios do interior. A força do novo partido também se impõe sobre as Câmaras Municipais, com legião de vereadores que deverão apostar as cartas na nova proposta.
A posição de Ussiel também visa garantir o papel do PSDB, de conseguir firmar reconstrução no Estado, estabelecendo forte oposição. Sem papas na língua, o secretário-geral avisa que a direção estadual tucana não medirá esforços para assegurar as prerrogativas da instituição partidária. Mas o PSD conta com defesa nesse sentido. Os líderes destacam "proteção" para detentores de mandato que farão parte dos quadros de fundação do partido. Ou seja, parlamentares e chefes de Executivos ficariam livres da punição por serem fundadores de uma nova legenda.
O PSD está sob liderança nacional do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Nos estados como em Mato Grosso a corrida é pela garantia de 500 mil assinaturas necessárias para registro da comissão provisória nacional até junho deste ano, para assegurar a participação da sigla nas eleições de 2012. No Estado a meta e conseguir 50 mil assinaturas de apoiadores.