A proposta do deputado estadual Wilson Santos (PSDB) de destinar 20% dos recursos do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) para o setor da saúde não deve receber apoio do Palácio Paiaguás. Conforme o governador Pedro Taques (PDT), o valor arrecadado hoje pelo fundo já não é suficiente para atender nem mesmo um dos dois objetivos para os quais ele foi criado. “Mato Grosso hoje tem a necessidade de quase R$ 12 bilhões para resolver o problema da logística, do modal rodoviário. Mas a arrecadação do Fethab é de quase R$ 1 bilhão por ano, então, demoraríamos 12 anos para resolver o problema das estradas. E a hora que terminassem esses 12 anos, teríamos que voltar novamente ao primeiro ano. Então, temos que pensar de uma forma macro e não em dividir o que já é pouco”, criticou.
Ainda de acordo com o pedetista, o governo já vem trabalhando no sentido de conseguir “dinheiro novo” para o Fethab. Uma das fontes é junto ao governo federal. Outra no mercado internacional. A proposta de Wilson, apresentada na Assembleia Legislativa na última quarta-feira (18), também deve entrar em choque com a intenção do Paiaguás de apresentar um projeto, mas de autoria do Executivo, de reestruturação do Fundo. Segundo Taques, esse é um dos objetivos sobre os quais uma comissão criada no Estado tem trabalhado.
O tucano, por sua vez, defende que sua proposição vai, na verdade, colaborar com os estudos deste grupo. Sua proposta é que 70% de todo o valor arrecadado pelo fundo seja investido na recuperação de estradas, 10% seja destinado à habitação e 20% para a saúde. O deputado não considerou em seu projeto o fato de já haver uma lei que destina 50% da verba do Fethab para os municípios.