O empresário Ricardo Augusto Sguarezi disse, hoje, em depoimento à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, que pagava propina de até 5% em cima do lucro de sua empresa. A propina chegou até a R$ 30 mil mensal e foi paga com dinheiro em espécie no prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc).
Em resposta aos questionamentos do Ministério Público, Sguarezi afirma que pagou propina ao empresário Giovani Guizardi e ao ex-assessor especial Fábio Frigeri para receber pelos serviços prestados. O empresário afirma que ficou incomodado com a postura agressiva de Guizardi que sempre pressionava pelos pagamentos. “O Fábio Frigeri ainda aguardava eu pagar as minhas contas. O Guizardi me pressionava muito”.
Sguarezi disse que tinha dificuldades para receber pelos serviços prestados a Secretaria de Educação. E só conseguiu receber após pagar propina a Guizardi e Frigeri.
O Ministério Público perguntou se Fábio Frigeri falava o motivo da cobrança da propina. O empresário disse acreditar que se tratava de dinheiro para cobrir despesas de campanha eleitoral. “O Fábio Frigeri me disse na sala dele que precisava daquele dinheiro para pagar uma gráfica. Tudo indica que era material de campanha eleitoral. Teve uma eleição em 2014 e a cobrança começou em 2015”.
Sguarezi não citou nenhuma autoridade supostamente favorecida com o pagamento das despesas eleitorais.
A defesa de Fábio Frigeri questionou um contrato de uma obra no município de Alta Floresta que a Secretaria de Educação pediu o ressarcimento de parte do valor. O empresário Ricardo Sguarezi disse que, na verdade, pagou R$ 115 mil de propina a Fábio Frigeri. Sguarezi diz que cobrava pelos serviços prestados nos anos de 2013 e 2014.
A defesa de Giovani Guizardi perguntou se houve cobrança de propina para locação de salas comerciais. Sguarezi afirma que foi pressionado por Guizardi que tinha informações privilegiadas a respeito da situação financeira de uma de suas empresas e pediu propina de 15% em cima do valor que tinha a receber. “O valor deu R$ 30 mil e foi pago ao Guizardi”.
A defesa do ex-secretário estadual Permínio Pinto perguntou se houve algum pagamento de propina após a conversa mantida com o ex-secretário. Sguarezi disse que não lembrava a precisão de datas.
O empresário disse que em seu primeiro depoimento no Gaeco estava muito nervoso e não sabia o que responder. Naquela ocasião, disse que não pagou propina, mas agora em juízo afirmou que pagou e ainda apresentou documentos de seu sigilo fiscal e bancário comprovando as transações financeiras.
A defesa de Permínio Pinto perguntou a respeito do pagamento da gráfica. Sguarezi diz que emitiu dois cheques, sendo um no valor de R$ 20 mil e outro de R$ 16,9 mil.