Os promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) emitiram parecer contrário ao pedido formulado pelos advogados do ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso, Afonso Dalberto, preso desde o início deste mês em decorrência da operação Seven. A defesa de Dalberto tenta converter a detenção em prisão domiciliar, alegando entre outras coisas que ele sofre de câncer e que para continuar o tratamento de saúde a melhor alternativa seria permanecer em sua residência.
O pedido encontra-se em análise pela juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, a mesma magistrada que decretou a prisão preventiva de Dalberto, acusado de participação em uma fraude que teria resultado no desvio de R$ 7 milhões dos cofres públicos do Estado.
Junto ao pedido, os advogados de Dalberto apresentaram laudo assinado pelo médico Ivo Delogo Moraes. Conforme o profissional, ele está com o quadro de saúde debilitado e é portador de adenocarcinoma de próstata grau 6, possui quadro de déficit de oxigenação cerebral, crises hipertensivas e arritmia cardíaca e quadro depressivo de natureza grave. Dalberto se submeteu a uma cirurgia em outubro do ano passado e necessita passar por avaliação semanal.
No parecer que defende a manutenção da prisão do ex-presidente do Intermat no Centro de Custódia de Cuiabá, os promotores Samuel Frungilo e Marcos Bulhões destacam que o quadro de saúde por si só não pode motivar a transferência de Dalberto para casa. Segundo eles, a manutenção da detenção no CCC pode ocorrer desde que haja tratamento de saúde adequado na unidade prisional.
Pela suposta fraude, Dalberto foi denunciado com outras nove pessoas, entre elas o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários Pedro Nadaf e Arnaldo Alves.