Um projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa aponta a obrigatoriedade da presença de cobradores nos coletivos intermunicipais. A proposta ainda veda o exercício da função pelo motorista e foi apresentada em Plenário durante a sessão de ontem.
De acordo com o projeto, o cobrador será responsável pelo recolhimento do dinheiro da passagem e troco, quando necessário. Além de verificar e orientar, em caso de dúvida, o usuário quanto à utilização do cartão magnético, ou mesmo Cédula de Identidade para maiores de 65 anos, facilitar o sistema operacional para embarque/desembarque de usuários cuja mobilidade seja reduzida, bem como orientar aos usuários quanto aos assentos especiais nos trajetos mais longos.
O cobrador ainda ficará responsável por recolher e conferir os valores arrecadados durante o percurso, repassando-os à empresa ao terminar o expediente. O projeto deve-se ao fato de que há algum tempo as empresas concessionárias de transportes intermunicipais extinguiram a presença de cobradores em seus coletivos. A medida gera o acúmulo de função para os motoristas.
O deputado estadual Wagner Ramos, autor da matéria, ressalta que tem recebido diversas reclamações sobre essa questão, além de destacar que o acúmulo de função prejudica o bom desempenho da função primordial à segurança do usuário, o motorista além da responsabilidade da condução do veículo, fica com a incumbência de receber valores, conferir, fazer o troco, e outras funções, o que acaba distraindo-o, pois que exige um outro tipo de concentração e raciocínio.
“A qualidade desse serviço deve ser preservada a qualquer preço, pois estamos falando em vidas humanas e, portanto, acima de quaisquer outros interesses. É fundamental, portanto, que seja mantida a presença do cobrador nos coletivos intermunicipais para que, inclusive, seja preservada essa categoria de empregado, cuja extinção provoca, também, o desemprego de milhares de pais de família, responsáveis pelo sustento dos seus”, traz trecho da justificativa do projeto.