A elaboração do projeto básico para implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em Cuiabá e Várzea Grande está 75% concluída. O modal foi o projeto inicial adotado para o transporte coletivo entre os dois municípios, antes de ser substituído pelo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), cujas obras estão judicializadas e paralisadas há 7 anos e agora para concluir o modal o governo do Estado quer consolidar o ônibus rápido.
O assessor técnico da secretaria de Infraestrutura, Rafael Detoni, os mesmos projetos passam por atualização e revisão de itens, como a utilização de ônibus elétricos, com uso de baterias recarregáveis, o que não existia no projeto inicial; queda no número de passageiros do transporte coletivo; alterações de circulação de tráfego, promovidas pelas prefeituras e incorporação da bilhetagem eletrônica. “Mesmo com a necessidade de atualizações, na atual decisão, os corredores para implantação da infraestrutura do BRT seguem os mesmos traçados adotados desde a concepção inicial, desenvolvida entre 2009 a 2011”, explicou.
Dessa forma, o custo de implantação do BRT é consideravelmente menor. Enquanto o VLT consumiria mais R$ 763 milhões, além do R$ 1,08 bilhão já pago, o BRT está orçado em R$ 430 milhões, já com a aquisição de 54 ônibus elétricos.
A previsão é que a obra do BRT ficaria pronta em 22 meses, a partir da assinatura da ordem de serviço. Já o VLT levaria mais 6 anos porque ainda falta boa parte dos trilhos para ser implantada
A substituição do modal também proporcionará maior alcance social e trará mais eficiência do que o atual sistema de transporte coletivo e do próprio VLT, uma vez que vai atingir as regiões mais populosas e também mais distantes de Cuiabá e Várzea Grande, avalia o governo.
Pelo projeto atual, os 54 ônibus necessários para implantação do BRT devem ser adquiridos pelo custo de R$ 172,8 milhões, com vida útil de 15 anos. Já os 40 trens do VLT custaram R$ R$ 497,9 milhões, em 2012, com ciclo de 30 anos de vida.
No entanto, de acordo com Detoni, é “importante frisar que o custo do empreendimento ao longo do ciclo de vida não está pautado somente na aquisição da frota, mas também no custo mensal da operação de cada sistema. O custo mensal para operação está calculado na ordem de R$ 5,3 milhões para o VLT, e de R$ 3,6 milhões para o BRT”.
“Além disso, no período de 30 anos, ou seja, considerando uma renovação total da frota de ônibus no 16º ano da operação, o valor total do investimento em frota para a solução BRT é de R$ 345,6 milhões. Ou seja, no que tange ao investimento em frota durante o período de 30 anos a modalidade BRT apresenta um valor global 31% menor quando comparado ao desembolso para aquisição dos 40 VLTs, em 2012”, acrescentou.
“Se considerarmos o custo atualizado de R$ 22,1 milhões por unidade, em 2020, a aquisição de 29 trens na modalidade VLT requer o investimento global de R$ 642,1 milhões. Este valor resulta num investimento 46% maior quando comparado à aquisição de 54 ônibus elétricos para o BRT no mesmo período de 30 anos”, concluiu.